O diabetes atinge hoje mais de 380 milhões de pessoas ao redor do planeta – 14 milhões delas só no Brasil.
A doença se espalha aceleradamente até mesmo entre crianças: a cada 100 mil indivíduos com menos de 15 anos, sete são diagnosticadas com diabetes tipo 1, que muitas vezes se desenvolve diante da combinação da pré-disposição genética e maus hábitos alimentares.
Dia Mundial do Diabetes
Diante desse cenário, profissionais da saúde de todo o mundo se debruçam incansavelmente sobre pesquisas, novos tratamentos e programas de prevenção e conscientização: o Dia Mundial do Diabetes, celebrado anualmente todo dia 14 de novembro, foi criado para ajudar a cumprir essa missão.
Nesta época do ano, diversas Secretarias de Saúde do país promovem mutirões para realizar testes gratuitos de glicemia (muita gente nem sequer desconfia que é portadora da doença) e educar a população.
Este também é o momento de ampliar a divulgação dos últimos estudos feitos sobre o assunto. Fizemos um apanhado das descobertas mais importantes dos últimos anos. Confira a seguir.
Insulina Prolongada
Um novo tipo de insulina, chamado degludeca, chegou ao Brasil em fevereiro deste ano para tratar diabetes tipos 1 e 2. Ele é de longa duração e evita o risco de hipoglicemia que os consumidores de insulina tradicional estão expostos quando não aplicam o medicamento rigorosamente 24 horas depois.
A degludeca está sendo comercializada com o nome comercial de Tresiba e permite maior flexibilidade no horário de aplicação da droga, mostrando que o grande foco das pesquisas atuais está não só na eficiência do tratamento mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente.
O medicamento tem ação estável e também reduz o risco de hipoglicemia noturna em 25% em diabéticos do tipo 1 e em 42% em diabéticos do tipo 2.
“A hipoglicemia é uma preocupação importante para os pacientes com diabetes tipo 1 e 2”, disse o médico Kamlesh Khunti, professor de cuidados de saúde primários de Diabetes e Medicina Vascular da Universidade de Leicester, na Inglaterra.
Medicamentos com Atuação nos Rins
Essa nova classe de remédios, chamados inibidores do SLGT2, aumenta a saída do excesso de glicose do organismo através da urina, normalizando a taxa de açúcar no sangue do paciente. No Brasil esses medicamentos atendem pelos nomes técnicos dapagliflozina e canagliflozina.
A Injeção
Em 2011 chegou ao mercado brasileiro o Victoza, uma injeção indicada para diabéticos que não conseguem controlar a doença com outros medicamentos ou hábitos saudáveis.
Ela é composta por liraglutido, uma substância que age como o hormônio GLP-1, naturalmente produzido pelo pâncreas, só que com concentração oito vezes maior.
Uma caixa contendo canetas injetáveis pelo próprio indivíduo dura um mês.
Melhora Através da Gastroplastia
Pacientes que se submeteram à cirurgia de redução de estômago tem 80% menos chances de desenvolver do diabetes tipo 2; e 88% dos que já apresentam a doença e eram obesos não-mórbidos tiveram a remissão da doença (os médicos não costumam falar em cura, mas na prática é o que acontece).
Na verdade, dentro da própria história da cirurgia bariátrica, há aquelas que foram realizadas visando principalmente a correção do quadro diabético, e não a obesidade em si.
No entanto a gastroplastia só é indicada para diabéticos cujos organismos não reagem ao tratamento tradicional de medicamentos, alimentação correta e exercícios físicos.