De acordo com estudo publicado pela Revista Latino-Americana de Enfermagem “São comunicados anualmente, em departamentos de emergência nos Estados Unidos, cerca de 200.000 acidentes com pré-escolares e escolares, ocorridos em parques infantis.

Estima-se que, a cada 2 minutos e meio, ocorra um acidente nesses locais, sendo que 35% destes são caracterizados como graves, e 3% requerem hospitalização.” Os dados são de 2003, mas a preocupação é bem atual.

Para evitar acidentes em playgrounds – respeite a faixa etaria

Seja para construir um playground ou para supervisionar as crianças, a segurança sempre deve ser prioridade
“Por mais que a mamãe goste de um brinquedo e ache que ele será bacana para seu bebê, isso não é o suficiente.

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Respeitar a faixa etária para o brinquedo é fundamental!

Respeitar a faixa etária é item de segurança para as crianças.

Aliás, se for à loja com o filhote, por mais que ele seja o interessado, não é ele quem dará a palavra final na escolha do brinquedo.

Faixa etária e segurança são quesitos decisivos.

A ABNT elaborou um manual de normas de segurança para playground

Na dúvida, antes de comprar um brinquedo, de levar seu filho ao parquinho do bairro, de matricular o pequeno em uma escola ou de comprar um apartamento com área de lazer, consulte o Manual de Normas de Segurança para Playground, elaborado pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 14350) e Abrinq.

O documento regulamenta e determina quais quesitos esses produtos devem ter para garantir a segurança da criançada.

Ele abrange desde o ângulo dos brinquedos, fixação, tipo de pisos e materiais adequados (como plástico, aço ou ferro galvanizado e com pintura atóxica e madeira tratada), altura mínima para a caixa de areia e etc.

Keila Cristiuma, idealizadora do Sempre Materna, lembra:

“Todo playground deve ter um livro de inspeção e um especialista deverá emitir um laudo técnico anual”.

Ela também dá uma dica os pais “Vale lembrar uma regra básica: quanto menor a criança, menor o brinquedo.

Isto é, se o brinquedo é para uma criança de três anos, por exemplo, essa criança deve ter acesso a ele facilmente, pois o risco de se machucar com gravidade é menor em casos de queda”.

Algumas normas básicas de segurança com brinquedos dos parquinhos

Para facilitar ainda mais o trabalho dos pais, veja um resumo das recomendações do Plano de Ação Nacional para Prevenção de Acidentes em Playgrounds:

“1- Designar a idade apropriada para uso de cada brinquedo do parque infantil.
O brinquedo deve possuir identificações que determinem a qual faixa etária é destinado.

cuidados nos parquinhos
Os pisos devem amortecer o impacto. Como areia ou emborrachado.

2- Instalar superfícies apropriadas em baixo e ao redor dos brinquedos.
Essas superfícies devem absorver o impacto e não causar abrasão ou laceração da pele (borracha, produtos de cortiça e de madeira, areia e cascalho fino).

Para garantir ainda mais segurança o piso emborrachado (ou a areia, respeitando o mínimo de 30 cm de areia fofa, conforme as normas da ABNT) é uma boa opção.

3- Recomendar supervisão adequada para crianças nos parques infantis.
As crianças devem ser sempre supervisionadas, principalmente quando estão subindo, balançando e escorregando nos brinquedos.

4- Realizar adequada manutenção dos parques infantis.
Sugere-se que haja três tipos de inspeções: a diária, a registrada (realizada a cada 1 a 3 meses) e a inspeção certificada que deverá ser realizada por profissional especializado a cada 8 a 12 meses.

Os problemas observados devem ser comunicados imediatamente aos responsáveis pelo parque e, se necessário, ele deve ser interditado.

Fique atento a balanços sem encosto nas cadeiras e brinquedos em mal estado de conservação.

Além disso, o acompanhamento durante todo o tempo de um adulto é essencial.

Os brinquedos que exigem mais atenção são os escorregadores e balanços, diversos acidentes acontecem durante o uso.

Verifique o acabamento dos brinquedos do playground

Keila, também listou alguns pontos importantes para serem monitorados, todos regulamentados pelas normas técnicas vigentes:

” • As roscas de parafusos salientes acessíveis devem ter acabamento de proteção, para que não permaneçam cantos afiados.
Porcas, pinos e parafusos devem ser resguardados contra afrouxamento com o uso.

Os componentes não devem ter quaisquer cantos afiados ou agudos, ou protuberâncias em qualquer posição que representem perigo para uma criança;

• As superfícies de todas as partes devem ser protegidas por revestimento ou impregnação superficial, os quais não devem conter substâncias prejudiciais à saúde.
Antes da pintura, o ferro e o aço devem estar completamente limpos, secos e livres de resíduos que possam comprometer a durabilidade da pintura, entre outros;

• As partes de madeira dos playgrounds não devem ser tratadas com ‘preservantes’ tóxicos, como o pentaclorofenol ou seus sais;

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Nada de farpas, pontas pontiagudas ou rebarbas.

• As superfícies e cantos acessíveis de madeira devem ter acabamento liso, livre de lascas, rebarbas ou farpas. Deve-se verificar se os mesmos não possuem bordas afiadas e pontas agudas;

• Todas as superfícies destinadas a entrar em contato com os pés devem ser horizontais e uniformes.
Pisos ou degraus devem ser espaçados por igual;

• Quando o equipamento acaba de ser colocado em funcionamento, convém que sejam inspecionadas, diariamente, falhas características do “período de amaciamento”. A duração do período de amaciamento dependerá das condições locais;

•       Para áreas externas, devem ser utilizados pisos de borracha resistentes ao tempo.”

Acompanhe a Manutenção dos brinquedos do Parquinho

Na hora de escolher os brinquedos para o playground, informe-se corretamente quanto a manutenção.

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Seja responsável! Acompanhe a manutenção dos brinquedos do parquinho.

 
Também acompanhe a conservação dos parquinhos que seu filho frequenta, seja na escola, clube, praça ou área de lazer do condomínio.

O Plano de Ação Nacional para Prevenção de Acidentes em Playgrounds (EUA) do ano 2000 recomenda inspeções diárias, registradas (de 1 a 3 meses) e a inspeção certificada (a cada 8 a 12 meses).

Larissa Gould é jornalista e atua na área de arquitetura desde 2011. Também trabalha na área cultural e social, além de exercer trabalho voluntário. Mora em São Paulo/SP há quatro anos, mas nasceu no interior do estado. Atualmente escreve para uma revista, de circulação nacional, que engloba arquitetura, construção, interiores e paisagismo, além tocar projetos próprios nos seguimentos citados anteriormente.