Tecer é mágico, como sempre gosto de dizer!
Somente quem tem a oportunidade de ver a padronagem surgir diante dos olhos pode descrever a sensação maravilhosa que é.[clear]
No entanto, para chegar a este ponto, várias outras questões devem ser resolvidas – entre elas a mais fundamental de todas para um tecelão: qual o melhor fio para o pente (ou pentes) que tenho, e vice-versa?
[h2 type=”2″ width=””]O Pente nos Teares de Pente Liço e Pedal[/h2]
Como já descrito em outro post neste canal, os teares de pente liço e de pedal possuem vários componentes essenciais ao seu funcionamento, dentre eles o pente (que pode ser de metal, no caso de teares de quadros;) ou de polipropileno (no caso de teares de pente liço).
A função do pente é, primeiramente, separar os fios da urdidura de maneira uniforme, além de manter a largura média da peça (digo “média” porque durante a confecção do tecido é normal uma pequena perda, devido ao acréscimo da tensão do fio da trama).
Usa-se o pente, também, para “bater” as duítes, de modo a ficarem retas e devidamente intercaladas ao urdume.
Assim, a relação urdume tenso x batida do pente produzem um tecido devidamente tramado, que pode ser mais firme quanto mais forte a batida.
[h2 type=”2″ width=””]Os Dentes e a Passagem dos Fios[/h2]
O pente possui espaços para a passagem dos fios, que são conhecidos como “dentes”.
Estes espaços estão corretamente separados, e podem ser mais largos ou mais estreitos, de acordo com o tipo de fio a ser empregado.
Deste modo, em um espaço de 1 cm, podemos ter passagem de apenas 1 fio (como é o caso de lãs grossas, cordões, etc), até 30 a 36 fios ou mais, incrivelmente finos, como ocorre na tecelagem industrial.
A relação número de fios/cm nos dá, portanto, uma boa ideia de como escolher o pente e o fio na hora de urdir o tear.
[h2 type=”2″ width=””]A Escolha dos Pentes para Cada Trabalho[/h2]
Para teares de pente liço, podemos ter pentes 1:1 (1 fio/cm) até 4:1 (4 fios/cm), uma vez que o polipropileno não é resistente o suficiente para confecção de dentes muito mais estreitos.
No caso de pentes de metal, a resistência do material permite espessuras muito pequenas, e portanto, dentes bem estreitos.
Quem tece sempre tem mais de um pente, de espessuras variadas, nem que sejam somente dois.
Claro, isso eu dizia a mim mesma quando comecei: “dois pentes são suficientes”.
Agora, descobri que gosto de ter um de cada espessura, para cada tear que tenho. Assim são, vejamos… três para o tear de pente liço 40 cm, três para o tear de pente liço 60 cm, quatro para o tear de mesa 40 cm, quatro para o tear de pedal…
Mas não precisa ser assim, pois é possível adaptar o fio ao pente que você já possui.
[h3 type=”2″]O teste da régua para a escolha do pente certo[/h3]
Para sabermos qual pente se adapta melhor ao fio desejado, existe um “truque” fácil que nos dá uma ideia bastante aproximada do que esperar para a padronagem mais simples. Esse truque também serve de base para todas as outras padronagens, o ponto tela (por cima de 1, por baixo de 1).
Se nosso tecido for “balanceado”, ou seja, se serão usados fios de mesma espessura tanto na urdidura quanto na trama, o que se faz é o “teste da régua”: pegue uma régua normal, de metal ou plástico, e enrole o fio a ser utilizado no espaço de 1 cm.
Em alguns países, como o Estados Unidos, por exemplo, não se usa o sistema métrico, e portanto as medidas são feitas em unidades tais como polegadas, pés, jardas. De modo que é comum encontrarmos referências do teste para 1 polegada.