Deficiência de vitamina B6

A vitamina B6 é um termo genérico que inclui a piridoxina, o piridoxal e a piridoxamina.

Essas vitaminas são importantes na catalização de reações que envolvem aminoácidos das células do sangue, do cérebro e da pele.

Essa deficiência pode ser decorrente da má absorção do trato gastrointestinal ou do uso de drogas que promovem a depleção das reservas de vitamina B6 do organismo (p.ex., isoniazida, hidralazina e penicilamina).

A deficiência também pode ocorrer em distúrbios hereditários que inibem o metabolismo da vitamina B6.

Esses distúrbios podem causar retardo mental grave, convulsões e uma anemia difícil de ser corrigida.
Nos lactentes, a deficiência de vitamina B6 pode causar convulsões.
Nos adultos, ela pode causar anemia, dermatite, lesão nervosa (neuropatia) e confusão mental.

Outros sintomas incluem a língua vermelha e inflamada, fissuras nos cantos da boca e adormecimento com sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Os exames de sangue podem ser úteis para o estabelecimento do diagnóstico.

Essa deficiência é tratada com doses altas e diárias de vitamina B6 (10 a 20 vezes a QDR) até o desaparecimento dos sintomas.
Doses mais elevadas podem ser necessárias quando a deficiência é causada por um distúrbio hereditário.

Deficiência de Biotina

A biotina é uma vitamina do complexo B que é necessária para o metabolismo das gorduras e dos carboidratos.
A biotina é encontrada em muitos alimentos.
São boas fontes o fígado, o rim, o pâncreas, os ovos, o leite, os peixes e as castanhas e as nozes.
É muito improvável um indivíduo que consome uma dieta balanceada apresente esse tipo de deficiência.
Entretanto, essa deficiência pode ser causada pelo consumo de claras de ovo cruas durante semanas, pois elas contêm uma substância que se liga à biotina no organismo, impedindo a sua absorção.

Os sintomas incluem a sonolência, a perda de peso, dermatites, crises de ansiedade, dores musculares e certos sintomas nervosos (p.ex., exaustão, insônia e alucinações).
Os indivíduos submetidos à nutrição parenteral prolongada sem suplementação de biotina também podem apresentar esse tipo de deficiência.
Os exames laboratoriais revelam uma diminuição da concentração de biotina no sangue e na urina.

 Deficiências de Ácido Fólico e Vitamina B12

O ácido fólico (folato) e a vitamina B12 (cobalamina) atuam de modo interdependente na formação dos eritrócitos normais e na produção da timidina (um componente essencial do DNA).
A deficiência de qualquer uma dessas vitaminas acarreta uma anemia grave (p.ex., anemia perniciosa), em que a quantidade de eritrócitos é pequena e eles apresentam um grande diâmetro.

Os sintomas incluem a palidez, a fraqueza, a redução da secreção de ácido gástrico e a neuropatia (lesão nervosa).
A neuropatia ocorre principalmente na deficiência de vitamina B12.

A anemia perniciosa (anemia por deficiência de vitamina B12) é um distúrbio no qual a vitamina B12 não pode ser absorvida porque o estômago não produz o fator intrínseco, o qual combina-se com a vitamina B12 e a transporta para o interior da corrente sangüínea.
Algumas vezes, essa anemia ocorre porque um sistema imune hiperativo ataca as células gástricas que produzem o fator intrínseco (uma reação auto-imune).

Os vegetarianos convictos, os quais apresentam deficiência de vitamina B12 porque ela é encontrada apenas em produtos animais, e os indivíduos com distúrbios hereditários que bloqueiam o transporte ou a atividade dessa vitamina podem apresentar outras formas de deficiência de vitamina B12.

A deficiência de ácido fólico pode ocorrer em mulheres grávidas que consomem dietas sem legumes e vegetais folhosos verdes, os quais contêm ácido fólico. Os lactentes podem apresentar deficiência de ácido fólico quando o conteúdo de ácido fólico em suas fórmulas alimentares é baixo.

O diagnóstico da deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico é baseado na identificação de uma anemia com eritrócitos grandes e na detecção de concentrações baixas de uma ou de ambas as vitaminas nos exames de sangue.
O diagnóstico é confirmado através do exame de uma amostra de medula óssea que revela a presença de precursores dos eritrócitos grandes e imaturos.
O tratamento da anemia perniciosa consiste na administração de injeções mensais de vitamina B12.
O tratamento da deficiência de ácido fólico consiste na sua administração pela via oral.

 Deficiência de Vitamina C

A vitamina C (ácido ascórbico) é encontrada em frutas cítricas, batatas, repolho e pimentas verdes.
Essa vitamina é essencial para a formação do tecido conjuntivo (o tecido que mantém unidas as estruturas do corpo).
Ela ajuda o organismo a absorver o ferro e na recuperação de queimaduras e ferimentos.
Assim como a vitamina E, a vitamina C é antioxidante.

A gravidez, a amamentação, a tireotoxicose (hiperatividade da tireóide), vários tipos de inflamação, as cirurgias e as queimaduras podem aumentar significativamente a demanda de vitamina C pelo organismo e o risco de uma deficiência.
Nos lactentes, entre os 6 e 12 meses de vida, a carência de vitamina C na alimentação pode causar o escorbuto, um tipo de doença carencial.
Os sintomas iniciais incluem a irritabilidade, a dor durante os movimentos, a perda de apetite e a incapacidade de ganhar peso.

Os ossos tornam- se finos e as articulações podem tornar-se proeminentes.

São típicas as hemorragias sob o periósteo (tecido que recobre os ossos ) e ao redor dos dentes.

Nos adultos, o escorbuto pode ocorrer quando a dieta é restrita, contendo somente carne seca e farinha ou chá, torradas e vegetais enlatados (alimentos típicos consumidos por indivíduos idosos que não se interessam pela alimentação).
Após alguns meses desse tipo de dieta, o indivíduo apresenta hemorragia subcutânea, sobretudo em torno dos folículos pilosos, subungueais, ao redor das gengivas e intra-articulares.
O indivíduo pode apresentar depressão, cansaço e fraqueza. A pressão arterial e a freqüência cardíaca oscilam.
Os resultados dos exames de sangue revelam uma concentração muito baixa de vitamina C.

Nos lactentes e nos adultos, o escorbuto é tratado com doses elevadas de vitamina C durante uma semana, seguidas por doses mais baixas durante 1 mês.

fonte:Manual Merck