Deficiência de Vitamina E

A vitamina E (alfa-tocoferol) é um antioxidante que protege as células do organismo contra a lesão causada por compostos químicos reativos conhecidos como radicais livres.

A vitamina E e o selênio (um mineral essencial componente de uma enzima antioxidante) têm ações similares

. Os recém-nascidos prematuros possuem uma reserva muito baixa de vitamina E e podem apresentar deficiência se a sua alimentação contiver um excesso de gorduras insaturadas e pouca vitamina E.

Essas gorduras são pró-oxidantes (substâncias que são facilmente oxidadas para formar radicais livres) e antagonistas da vitamina E e podem provocar a hemólise (destruição dos eritrócitos).

Os distúrbios que interferem na absorção de gorduras (p.ex., doença celíaca, fibrose cística, obstrução dos ductos biliares e doença de Crohn) também podem reduzir a absorção de vitamina E, aumentando o risco de deficiência.

Nos recém-nascidos prematuros, a deficiência de vitamina E pode causar problemas oculares (retinopatia) e sangramento intracerebral, duas condições que podem ser decorrentes da exposição à concentração elevada de oxigênio em incubadoras.
Nas crianças maiores, os sintomas da deficiência de vitamina E ocorrem na má absorção intestinal e são semelhantes aos de um distúrbio neurológico.
Eles incluem a redução dos reflexos, a dificuldade de marcha, a visão dupla, a perda do sentido da posição e a fraqueza muscular.
A concentração baixa de vitamina E no sangue confirma o diagnóstico.

A administração de doses elevadas de um suplemento de vitamina E pela via oral alivia a maioria dos sintomas.
No entanto, o restabelecimento completo do sistema nervoso pode demorar vários meses.

Deficiência de Vitamina K

A vitamina K é um termo genérico que engloba várias substâncias relacionadas necessárias para a coagulação normal do sangue.
A forma principal é vitamina K1 (filoquinona), a qual é encontrada em plantas, sobretudo nos vegetais folhosos verdes.
Além disso, as bactérias presentes na porção distal do intestino delgado e no cólon produzem vitamina K2 (menaquinona), a qual pode ser absorvida em menor grau.

A doença hemorrágica do recém-nascido, caracterizada pela tendência ao sangramento, é a principal forma de deficiência de vitamina K.
Ela pode ocorrer porque a placenta não permite a passagem adequada de gorduras e, conseqüentemente, da vitamina K (lipossolúvel).

O fígado do recém-nascido é muito imaturo para produzir quantidades suficientes dos fatores da coagulação do sangue (proteínas do sangue que promovem a coagulação e requerem a vitamina K).
Durante os primeiros dias de vida; não existem, no intestino, bactérias que produzem a vitamina K e o leite materno é uma fonte limitada da mesma.
Uma injeção de vitamina K deve ser administrada aos recém-nascidos para protegê-los contra esta doença.

Os lactentes alimentados com leite materno e que não receberam essa injeção ao nascimento são particularmente suscetíveis à deficiência de vitamina K. Como a vitamina K é lipossolúvel, os distúrbios que interferem na absorção de gorduras (p.ex., doença celíaca e fibrose cística) podem causar deficiência de vitamina K nas crianças e nos adultos.
A ingestão de quantidades excessivas de óleo mineral também podem impedir a absorção de vitamina K.
Essa deficiência também pode ocorrer nos indivíduos que fazem uso de medicamentos anticoagulantes para evitar a formação de coágulos sangüíneos.

Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

O principal sintoma é o sangramento – na pele, através do nariz, de uma ferida ou no estômago – acompanhado por vômito.
Pode ser observada a presença de sangue na urina ou nas fezes. A mais grave é a hemorragia cerebral, a qual pode ocorrer em recém-nascidos.

Quando existe uma suspeita de deficiência de vitamina K, é realizado um exame de sangue para mensurar a concentração de protrombina, um dos fatores da coagulação que requerem vitamina K.
Uma concentração baixa (inferior a 50% da normal) sugere a deficiência de vitamina K. No entanto, uma concentração baixa de protrombina também pode ser devida ao uso de drogas anticoagulantes ou a uma lesão hepática.

Normalmente, o diagnóstico é confirmado quando uma injeção de vitamina K aumenta a concentração de protrombina em poucas horas e o sangramento cessa em 3 a 6 horas.
Quando o indivíduo apresenta uma doença hepática grave, o fígado pode ser incapaz de sintetizar os fatores da coagulação apesar das injeções de vitamina K. Nesses casos, pode ser necessária a realização de transfusões de plasma para repor os fatores da coagulação.

fonte:Manual Merck