A hipotensão ortostática é a queda excessiva da pressão arterial quando a pessoa fica em pé, acarretando diminuição do fluxo sangüíneo para o cérebro e desmaio.
A hipotensão ortostática não é uma doença específica, mas uma incapacidade de regular rapidamente a pressão arterial. Ela possui várias causas.
Quando o indivíduo assume a posição em pé abruptamente, a força da gravidade faz com que haja acúmulo de uma quantidade de sangue nas veias dos membros inferiores e na parte inferior do corpo.
O acúmulo reduz discretamente o volume sangüíneo que retorna ao coração e também o volume de sangue bombeado pelo coração.
Em conseqüência, ocorre uma queda da pressão arterial.
O corpo responde imediatamente: o coração bate mais rapidamente e suas contrações tornam-se mais fortes.
Os vasos sangüíneos contraem e, conseqüentemente, ocorre uma redução de sua capacidade.
Se essas respostas compensatórias não ocorrerem ou forem lentas, o indivíduo apresentará hipotensão ortostática.
Quase todos os episódios de hipotensão ortostática ocorrem como efeito colateral de certas drogas, em particular as administradas no tratamento de problemas cardiovasculares e, mais especificamente, em pessoas idosas.
Por exemplo, os diuréticos, sobretudo os potentes e administrados em doses elevadas, podem reduzir o volume sangüíneo ao promoverem a eliminação de líquido do corpo e, conseqüentemente, reduzindo a pressão arterial.
Drogas vasodilatadoras – como os nitratos, os bloqueadores dos canais de cálcio e os inibidores da enzima conversora da angiotensina – aumentam a capacidade dos vasos, reduzindo também a pressão arterial.
O volume sangüíneo pode ser reduzido por sangramento ou por uma perda excessiva de líquido em decorrência de episódios graves de vômito, diarréia, sudorese, diabetes não-tratado ou doença de Addison.
Os sensores existentes nas artérias, que desencadeiam respostas compensatórias, podem ser comprometidos por algumas drogas, como os barbitúricos, o álcool e medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão arterial e da depressão.
Doenças que lesam os nervos que controlam o diâmetro dos vasos sangüíneos também podem causar hipotensão ortostática.
Essa lesão é uma complicação comum no diabetes, na amiloidose e em lesões da medula espinhal.
Sintomas e Diagnóstico
Quase todos os indivíduos com hipotensão ortostática apresentam alguns episódios de desmaio, vertigem, tontura, confusão mental ou turvamento da visão ao passarem da posição horizontal para a posição em pé ou quando se levantam após permanecerem um longo período na posição sentada.
A fadiga, o exercício, o uso de álcool ou uma refeição farta podem agravar os sintomas.
Uma diminuição pronunciada do fluxo sangüíneo cerebral pode acarretar desmaio e até mesmo convulsões.
Quando esses sintomas ocorrem, o médico pode diagnosticar uma hipotensão ortostática.
O diagnóstico pode ser confirmado se a pressão arterial apresentar uma queda significativa quando o indivíduo fica em pé e retornar ao normal quando ele se deita. O médico deve então investigar a causa da hipotensão ortostática de seu paciente.
– Prognóstico e Tratamento
Um indivíduo diabético com hipertensão arterial pode ter um prognóstico pior se ele também apresentar hipotensão ortostática. Quando a causa da hipotensão ortostática é um baixo volume sangüíneo, uma droga especifica ou sua dosagem, o problema pode ser corrigido rapidamente.
Quando a causa da hipotensão ortostática não pode ser tratada, os sintomas comumente podem ser reduzidos ou eliminados.
Os indivíduos suscetíveis não devem se sentar ou ficar em pé rapidamente, nem devem permanecer em pé e imóveis durante longos períodos.
Se a hipotensão arterial for decorrente do acúmulo de sangue nos membros inferiores, as meias elásticas apropriadas podem ajudar.
Quando a hipotensão ortostática é decorrente de um repouso prolongado ao leito, o indivíduo pode melhorar a condição permanecendo na posição sentada durante períodos gradativamente maiores.
A efedrina ou a fenilefrina podem auxiliar na prevenção da queda da pressão arterial.
O volume sangüíneo também pode ser expandido com o aumento da ingestão de sal e, se necessário, com a administração de hormônios que provocam a retenção de sal, como a fludrocortisona.
Freqüentemente, é solicitado aos indivíduos que não apresentam insuficiência cardíaca ou hipertensão a aumentarem a quantidade de sal nos alimentos ou que eles consumam comprimidos de sal.
Os idosos com hipotensão ortostática devem beber muito líquido e pouco ou nenhum álcool.
Em razão da retenção de sal e água, a pessoa pode ganhar rapidamente 1,5 a 2,5 quilos e a dieta rica em sal pode levar à insuficiência cardíaca, particularmente nos indivíduos idosos.
Se essas medidas não forem eficazes, outras drogas – como o propranolol, a diidroergotamina, a indometacina e a metoclopramida – poderão ajudar a aliviar a hipotensão ortostática, mas com um risco significativo de efeitos adversos.