Complicações da Blenorragia

Numa rara complicação da blenorragia, a infecção dissemina-se através da corrente sangüínea até uma ou mais articulações, as quais tornam-se edemaciadas, sensíveis e extremamente dolorosas, limitando os movimentos.

A infecção da corrente sangüínea também pode causar o surgimento de manchas cutâneas vermelhas e cheias de pus, febre, sensação de mal estar generalizado e dor migratória em muitas articulações (síndrome da artritedermatite).

O interior do coração pode ser infectado (endocardite).

A infecção do revestimento do fígado (perihepatite) causa uma dor semelhante à de uma doença da vesícula biliar.

Essas infecções são tratáveis e raramente são letais, mas a recuperação da artrite ou da endocardite pode ser lenta.

Diagnóstico

O médico pode estabelecer o diagnóstico rapidamente pela identificação da bactéria (gonococo) ao microscópio.
Em mais de 90% dos homens infectados, o diagnóstico pode ser estabelecido pelo exame de uma amostra da secreção uretral.
No entanto, ele só pode ser feito em aproximadamente 60% das mulheres usando através de uma amostra da secreção do colo uterino.

Quando não são observadas bactérias ao microscópio, a secreção é enviada ao laboratório para cultura.
Quando o médico suspeita de uma infecção da garganta ou do reto, ele envia amostras dessas áreas ao laboratório para a realização de culturas.
Embora não exista um exame de sangue para o diagnóstico da blenorragia, o médico pode coletar uma amostra para determinar se o indivíduo também apresenta sífilis ou infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Alguns indivíduos apresentam mais de uma doença sexualmente transmissível.

Tratamento

Em geral, os médicos tratam a blenorragia com uma única injeção intramuscular de ceftriaxona ou com um esquema de antibióticos orais de 1 semana (normalmente a doxiciclina).

Quando há disseminação da blenorragia através da corrente sangüínea, o indivíduo geralmente é internado para ser tratado e, freqüentemente, são administrados antibióticos intravenosos.

Como a infecção por Chlamydia é comum tanto em homens quanto em mulheres com blenorragia, mas é de difícil diagnóstico, os pacientes recebem um tratamento com doxiciclina ou tetraciclina durante uma semana ou uma dose única de azitromicina, um outro antibiótico de ação prolongada.

Quando os sintomas recorrem ou persistem no final do tratamento, o médico pode coletar amostras para cultura para certificar-se de que o paciente está curado.
Nos homens, os sintomas da uretrite podem recorrer, uma condição denominada uretrite pós-gonocócica.
A uretrite pós-gonocócica, mais comumente causada pela Chlamydia e outros microrganismos que não respondem ao tratamento com ceftriaxona, ocorre sobretudo em indivíduos que não seguem o esquema terapêutico prescrito.

fonte:Manual Merck