Dermatomas
Os dermatomas são áreas da pele inervadas por fibras provenientes de uma só raiz nervosa.
Há 8 raízes nervosas para as 7 vértebras cervicais; por outro lado, cada uma das 12 vértebras torácicas, das 5 lombares e das 5 sagradas têm uma só raiz nervosa espinhal que inervam áreas específicas da pele.
A ilustração mostra como os nervos inervam áreas diferentes.
Por exemplo, um nervo procedente da quinta vértebra lombar (L5) inerva uma franja da pele da parte baixa das costas, o exterior da coxa, o interior da perna e do calcanhar.
Sintomas
A área medular lesada determinará as funções sensitivas e motoras afectadas.
O mais provável é que abaixo do nível da lesão se desenvolva debilidade ou paralisia e uma diminuição ou uma perda completa da sensibilidade.
Um tumor ou uma infecção dentro da medula espinhal ou à volta da mesma exercerá uma pressão crescente nela, produzindo dor e sensibilidade no local da compressão, assim como debilidade e alterações sensitivas.
À medida que a compressão se agrava, a dor e a debilidade evoluem para a paralisia e para a perda de sensibilidade, tudo isso no decurso de dias ou de semanas.
No entanto, se for interrompido o fluxo sanguíneo para a medula, pode verificar-se paralisia e perda de sensibilidade numa questão de minutos.
A compressão medular que se processa mais lentamente deve-se muitas vezes a anomalias nos ossos por causa de uma artrose ou de tumores de crescimento muito lento; a pessoa afectada pode não ter dor, e ao longo dos meses aparecem perturbações sensitivas (por exemplo, formigueiro) e debilidade progressiva.
Diagnóstico
Graças à organização específica dos nervos da medula espinhal, os médicos podem determinar qual é a zona afectada mediante a avaliação dos sintomas e o exame físico.
Por exemplo, uma afecção medular a meio do tórax pode causar debilidade motora e entorpecimento numa perna, mas não no braço, e pode também afectar a função da bexiga urinária e dos intestinos. A pessoa pode ter uma sensação de mal-estar em forma de cinturão ao nível da lesão medular.
A tomografia axial computadorizada (TAC) ou a ressonância magnética (RM) costumam pôr em evidência a localização da compressão e inclusive podem indicar a sua causa.
Pode também efectuar-se uma mielografia para determinar, com uma injecção de uma substância de contraste e posterior estudo radiológico, onde se encontra a parte comprimida, dado que o contraste se vê comprimido ou beliscado.
Este exame é um pouco mais complexo do que a TAC ou a RM e também mais incómodo, mas é o de maior precisão quando ainda existem dúvidas depois dos resultados daqueles exames complementares.
A TAC e a RM podem revelar qualquer fractura, colapso ou deslocação de uma vértebra, uma ruptura do disco intervertebral, um crescimento ósseo, uma hemorragia, um abcesso ou um tumor.
Por vezes, é necessário fazer mais exames.
Tratamento
O tratamento da compressão medular depende da sua causa, mas sempre que seja possível deve descomprimir-se a medula imediatamente, porque no caso contrário pode sofrer uma lesão permanente.
Muitas vezes deve efectuar-se uma descompressão cirúrgica, embora a radioterapia possa também ser eficaz para tratar a compressão provocada por tumores.
Administram-se frequentemente corticosteróides como a dexametasona para ajudar a reduzir o edema interior ou à volta da medula que possa contribuir para a compressão.
A compressão medular provocada por uma infecção trata-se imediatamente com antibióticos.
O médico, habitualmente um neurocirurgião, com uma seringa procede ao esvaziamento (drenagem) da parte infectada cheia de pus (abcesso).