A hepatite é um grave problema de saúde pública, pois é uma doença silenciosa que dificulta o diagnóstico precoce.

A doença é uma inflamação no fígado que pode ser causada por vírus, abuso de álcool, uso de alguns medicamentos e doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

As hepatites virais A, B e C são as mais comuns no Brasil, e o diagnóstico tardio pode causar danos mais graves ao fígado, além de possibilitar a evolução para a forma crônica da doença.

Dessa forma, é de extrema importância realizar regularmente os exames de rotina que detectam a hepatite, pois o diagnóstico precoce é a melhor defesa contra a doença.

Tipos de Hepatites

  • Hepatite A: é uma infecção leve, que dura aproximadamente um mês e, geralmente, se cura sozinha.
  • Hepatite B: é uma infecção transmitida, principalmente, por meio de relações sexuais e contato sanguíneo. O não tratamento pode levar à cirrose e ao câncer com risco de morte.
  • Hepatite C: é o tipo de hepatite mais comum, sendo a maior epidemia da humanidade. A transmissão ocorre por meio de contato sanguíneo (transfusões, seringas compartidas, etc. ). Atualmente, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo carregam o vírus da hepatite C.
  • Hepatite D: acomete somente pacientes infectados com o vírus da hepatite B. A vacina contra hepatite B também protege contra o tipo D.
  • Hepatite E: a transmissão ocorre por via digestiva, geralmente em regiões sem saneamento básico, sendo muito comum na África e na Ásia.
  • Hepatite F: não existem relatos de infecção em humanos por hepatite F, por isso sua existência ainda é contestada.
  • Hepatite G: é um vírus relacionado ao tipo C, transmitido por meio do sangue (compartilhamento de agulhas infectadas e em transfusões), por meio de relações sexuais sem preservativo e de mãe para o filho no contato com o sangue durante o parto.

Tratamentos para a Hepatite C

O vírus da hepatite C (HCV) afeta cerca de 3% da população mundial, sendo a maior epidemia da humanidade e causa da forma crônica da doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 350 mil pessoas morrem todos os anos por complicações hepáticas relacionadas a doença. No Brasil, aproximadamente 3 milhões de pessoas são infectadas pelo vírus HCV.

Os dados são alarmantes, mas a boa notícia é que o tipo C da hepatite tem cura e existem, cada vez mais, novas pesquisas para opções de tratamentos mais efetivos e menos agressivos.

Atualmente, os medicamentos mais utilizados para o tratamento da hepatite C é a associação da substância interferon e ribavirina, que interferem na replicação do vírus e o desenvolvimento da doença.

Apesar de eficaz, o tratamento com Interferon pode causar muitos efeitos colaterais como cefaleia, febre, dores musculares, cansaço, perda de apetite, perda de peso, prurido, depressão e até anemia.

Além disso, o tratamento é longo e não possui garantia de cura, interferindo na qualidade de vida do paciente.

medicina pesquisa laboratorioApós diversos estudos, foi possível a descoberta de três novos medicamentos antivirais de ação direta, que dispensam o uso do interferon, proporcionando um tratamento mais curto, com menos efeitos colaterais e maior chance de cura.

Os medicamentos sofosbuvir, simeprevir e daclatasvir auxiliam a recuperação da função hepática, inclusive em casos nos quais o transplante do fígado foi indicado.

Esses medicamentos inovadores prometem revolucionar o tratamento da hepatite C, pois os pacientes podem dispor de um tratamento seguro, eficaz, de curta duração e com o mínimo de efeitos colaterais, além da vantagem da administração oral.

Estudos realizados prometem altos índices de cura (até 90%), além de redução do tempo de tratamento em 12 semanas, com poucos ou nenhum efeito colateral.

As substâncias que já eram utilizadas nos Estados Unidos, foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas com uso combinado a outros antivirais.

virus hepatite c
Vírus HCV

O avanço da medicina possibilitou novas opções para a cura definitiva da hepatite C, sendo um excelente passo para pessoas que convivem com a doença. Apesar disso, a prevenção e o diagnóstico precoce são medidas essenciais para a eliminação definitiva da epidemia.

Dessa forma, é importante lembrar que o vírus HCV pode ser transmitido por meio de sangue contaminado, por isso, evite o compartilhamento de seringa ou objetos cortantes de higiene pessoal, como lâminas de barbear, alicates de unha e agulhas usadas para tatuagem e piercings.