Prevenção e Tratamento
A melhor prevenção é evitar a exposição ao antígeno. Contudo, esse procedimento é impraticável se o indivíduo não puder mudar de ocupação.
A eliminação ou a redução da poeira e o uso de máscaras protetoras ajuda a evitar as recorrências.
O tratamento químico do feno ou dos restos da cana de açúcar e o uso de bons sistemas de ventilação ajudam a evitar que os trabalhadores sejam expostos e sensibilizados a esses materiais.
Os indivíduos que apresentam um episódio agudo de pneumonite de hipersensibilidade geralmente se recuperam evitando novos contatos com a substância. Se o episódio for grave, os corticosteróides (p.ex., prednisona) reduzem os sintomas e auxiliam a diminuir a inflamação severa
. Os episódios prolongados ou recorrentes podem levar a uma doença irreversível; a função pulmonar pode tornar-se tão comprometida que o indivíduo irá necessitar de suplementação de oxigênio.
Aspergilose broncopulmonar alérgica
A aspergilose broncopulmonar alérgica é um distúrbio pulmonar alérgico que, freqüentemente, assemelha-se à pneumonia.
Ela caracteriza-se pela asma, pela inflamação das vias aéreas e dos pulmões e pelo aumento da quantidade de eosinófilos no sangue.
[space][space]
A aspergilose broncopulmonar alérgica é provocada pela reação alérgica a um fungo, mais comumente pelo Aspergillus fumigatus.
O Aspergillus é um fungo que cresce no solo, na vegetação em decomposição, nos alimentos, na poeira e na água.
O indivíduo que inala esse fungo pode tornar-se sensibilizado e pode desenvolver asma alérgica
. Em alguns indivíduos, pode ocorrer uma reação alérgica mais complexa nas vias aéreas e nos pulmões.
Apesar de não invadir os pulmões e não lesar tecidos, o fungo forma colônias no muco presente nas vias aéreas e provoca inflamações alérgicas de repetição nos pulmões. Os alvéolos pulmonares enchem-se principalmente de eosinófilos.
Além disso, pode haver um aumento da quantidade de células produtoras de muco.
Nos casos avançados, a inflamação pode acarretar a dilatação permanente das vias aéreas centrais, uma condição denominada.
Finalmente, os pulmões apresentam cicatrizes.
Outras formas de aspergilose também podem ocorrer.
O Aspergillus pode invadir os pulmões, causando uma pneumonia grave nos indivíduos imunodeprimidos (com diminuição da função do sistema imune).
Nesse caso, trata-se de uma infecção e não de uma reação alérgica.
O fungo também pode formar uma “bola de fungos”, denominada aspergiloma, em cavidades e cistos de um pulmão já lesado por uma outra doença (p.ex., tuberculose).
Sintomas e Diagnóstico
Os primeiros indícios da aspergilose broncopulmonar alérgica são sintomas normalmente progressivos de asma, como sibilos, dificuldade respiratória e febre baixa. Geralmente, o indivíduo não se sente bem. O indivíduo pode eliminar escarro com coloração castanha ou tampões de muco.
As radiografias torácicas sucessivas revelam áreas que apresentam as mesmas características da pneumonia, mas que se deslocam e, mais comumente, encontram-se localizadas nas partes superiores dos pulmões.
Nos casos de doença prolongada, a tomografia computadorizada (TC) pode revelar vias aéreas dilatadas.
No exame microscópico de escarro, pode-se observar a presença do fungo e, concomitantemente, a quantidade excessiva de eosinófilos.
A quantidade de eosinófilos no sangue encontra-se elevada, assim como a concentração de determinados anticorpos contra o Aspergillus.
Testes cutâneos podem comprovar se o indivíduo é alérgico ao Aspergillus.
No entanto, eles não fazem a diferenciação entre aspergilose broncopulmonar alérgica e uma simples alergia ao Aspergillus, que pode ocorrer nos casos de asma alérgica não acompanhada de aspergilose.
Tratamento
Pelo fato do Aspergillus estar presente em muitos ambientes, o contato com esse fungo é difícil de ser evitado.
Drogas antiasmáticas, sobretudo os corticosteróides, são utilizadas no tratamento da aspergilose broncopulmonar alérgica.
A prednisona – utilizada inicialmente em doses elevadas e, posteriormente, em doses mais baixas e por um período prolongado – pode impedir a lesão pulmonar progressiva.
Como os efeitos nocivos não são causados pela infecção, as drogas antifúngicas não são úteis.
A aplicação de alérgenos (dessensibilização) também não é recomendada.
Como a lesão pulmonar pode piorar sem causar qualquer sintoma perceptível, o médico deve monitorizar regularmente a doença através de radiografias torácicas, provas da função pulmonar e dosagens de anticorpos.
Quando a doença encontra-se sob controle, ocorre uma diminuição das concentrações de anticorpos.