Medidas a serem tomadas em caso de acidentes:

O diagnóstico do tipo de serpente causador do acidente é feito, na maioria dos casos, com base nas manifestações clínicas que o paciente apresenta no momento do atendimento, uma vez que nem sempre é possível a identificação do animal.

 

Deste modo, são os acidentes são classificados em:

– Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas): dor e inchaço no local da picada, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orificios da picada; sangramentos em gengivas, pele e urina. Pode evoluir com complicações como infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal.

– Acidente laquético (causado por surucucu): quadro semelhante ao acidente botrópico, acompanhado de vômitos, diarréia e queda da pressão arterial.

– Acidente crotálico (causado por cascavel): no local sensação de formigamento, sem lesão evidente; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla, dores musculares generalizadas e urina escura.

– Acidente elapídico (causado por coral verdadeira): no local da picada não se observa alteração importante; as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento.

Convém lembrar que serpentes não peçonhentas também podem causar acidentes e que nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião do acidente.
Cerca de 40% dos pacientes atendidos no Hospital Vital Brazil são picados por serpentes consideradas não-peçonhentas ou por serpentes peçonhentas que não chegaram a causar envenenamento.

Primeiros socorros

Muitos procedimentos, embora não recomendados, são ainda amplamente empregados como medidas visando retardar a absorção no veneno. Boa parte deles pode, na verdade, contribuir para a ocorrência de complicações no local da picada.

– O que não fazer

1 – Não amarrar ou fazer torniquete. O garrote impede a circulação do sangue, piorando a situação.

2 – Não colocar folhas, pó de café, fezes ou quaisquer outras substâncias no local da picada, pois podem provocar infecção.

3 – Não fazer cortes nem chupar o local da picada já que estes procedimentos, somados aos efeitos do veneno, podem produzir hemorragias e infecções.

4 – Não dar álcool ou querosene para beber pois, além de não ajudar, podem produzir intoxicação.

– O que fazer

1 – Tente identificar se o acidente foi causado por uma serpente peçonhenta (venenosa). Isto pode ser feito observando diretamente o animal agressor ou as marcas da picada (ver características das serpentes peçonhentas).

2 – Lave o local com água e sabão, já que o acidente provoca um ferimento que pode infeccionar.

3 – Mantenha o acidentado em repouso. Caso a picada seja na perna ou no braço, manter as extremidades levantadas.

4 – A vítima deverá ser mantida o mais calma e quieta possível, agasalhada, e deverá ser transferida de imediato para o centro médico mais próximo.

Somente o soro cura, quando aplicado corretamente: O soro específico, dentro do menor tempo possível e na quantidade suficiente.