Nos anos 80 vieram as tintas de a base de poliuretano, onde as tintas não mais eram curadas por oxidação da suas resinas e metais, além da perda de solventes.
As famosas tintas PU, são curadas por ação de um catalizador que fazem a resina atingir alta resistência, seja ao intemperismo, seja aos solventes, seja a abrasão.
Ocorre que alguns fabricantes de tintas que para baixar os custos destas e acelerar o processo de secagem, adicionam resinas menos nobres, como acrílicas e alquídicas que prejudicam a performance das PU’s.
Então cuidado com as marcas mais baratas.
Senhores, falei um pouco sobre isto para chegar ao ponto chave da reparação dos nossos veículos, que é bem mais complicado do que a reparação em carros de chapas.
A fibra se “movimenta” bem mais que a chapa ao ser colocada sobre o calor, tipo o sol de 40 º C (fácil na praia), então tudo que estiver em cima desta deve ser flexível, mas sem perder a dureza e a capacidade de isolar a porosidade e irregularidades da fibra.
E se querem bons resultados não façam economia neste item.
Falando do processo em si:
Repintura
A carroceria deve ser lixada até a fibra, e se encontrar as famigeradas massas plásticas elas devem ser removidas e substituídas por laminação com fibra de manta e tecidos.
A superfície deve ser lixada e nivelada e após este tratamento tem que ser aplicado um véu de superfície para isolar os “desenhos” da manta e tecidos.
Veja os carros de fibra ao sol e verá que em sua maioria verá os “desenhos” da fibra nas tintas de acabamento.
Após aplicação do véu, tem que ser aplicado um bom isolador, normalmente é usado um gel primer de boa qualidade. Detalhe, não existe esta de só uma camada.
Você aplica uma camada, deixa ao sol, lixa, aplica nova camada, lixa e verifica se não ficou alguma imperfeição.
Se ficar, aplica nova camada, lixa e deixa alguns dias ao sol para aflorar os defeitos.
Quando estiver em ordem não tem outro tipo de primer adequado que não seja o primer PU de alto enchimento.
Só para se ter uma idéia, poucas empresas ainda produzem este produto, entre elas a Glasurit (eu usei ela no Hulk), Plastoflex, ou Lazzuril.
Tem também o primer PU da DuPont, linha Standok, mas é muitíssimo caro, mas é a melhor linha de tinta do planeta (na minha opinião).
Quando você notar que está lisinho, você deixa ao sol para ter certeza que não terá surpresa.
Resista a tentação de usar um primer mais barato, como os “universais”, que são primer de resina sintéticas comuns melhoradas com resinas vinílicas. É um primer “mole” que resolve no momento, mas que com o tempo não isola os problemas da fibra (como dito anteriormente) e sua tinta de acabamento vai ficar linda com os desenhos da fibra, do tecido, do lixamento e outros defeitos por conta do primer.
Quando estiver com bom acabamento, você deve lixar levemente e aplicar uma fina camada de primer PU para permitir aderência das tintas de acabamento.
Se for cor lisa, compre-a em base de PU e aplique usando catalizador e solvente do mesmo fabricante.
Esqueça os “macetes” se você não conhece a fundo de tintas. Todo fabricante descreve no rotulo da lata os cuidados e padrões para uma ótima aplicação.
Se for dupla camada, aplicar a base poliéster de efeito metálico ou perolizado respeitando as recomendações do fabricante.
Não demore muito para aplicar o verniz de acabamento e volte a seguir as recomendações do fabricante.
Um macete dos bons é após a ultima camada, é pegar um pouco do verniz catalizado e diluí-lo em cem porcento por um solvente do próprio fabricante para esta finalidade.
Normalmente este solvente é chamado melhorador de brilho, PU flow, solvente para igualar emenda entre outros nomes.
Com este procedimento o brilho aflora muito e você só precisará encerar o carro após 30 dias para criar uma camada de proteção, que pode ser a famosa cristalização.
Mas lembre-se, não faça este polimento antes de 30 dias, pois este é o tempo necessário para a pintura eliminar todos os traços de solventes da pintura e o verniz ou tinta atingir sua dureza máxima.
Dá para fazer em casa. A fibra é fácil. Conseguir um bom resultado na pintura já complica bastante. Depende do equipamento e de prática.