Conservação e limpeza de Mídia

 

Riscos estragam definitivamente os discos. É preciso evitá-los.

A forma mais comum de se riscar um disco é por efeito abrasivo, quando o disco é acidentalmente raspado contra um outro disco, ou contra objetos diversos.
Por essa razão, os discos não devem ser empilhados, ou colocados sobre (ou sob) objetos em geral, como livros, revistas, etc.

Também se deve tomar todo o cuidado com a manipulação do braço do toca-discos, pois qualquer movimento em falso pode fazer com que a ponta da agulha raspe no disco, provocando arranhões e lesando os sulcos.

Além disso, não é conveniente colocar ou tirar discos de pratos em movimento.

Limpeza

Uma limpeza das superfícies de um disco, por mais necessário que esta seja, sempre será uma oportunidade de se causar dano ao médium.

Assim, um processo de limpeza que venha a ser adotado, qualquer que seja ele, deve sempre ser norteado pela necessidade de ser o mais rápido possível … para que eventuais danos (imediatos e futuros) sejam os menores possíveis.

Para tal ser conseguido, se deve lançar mão, além do solvente universal (a água), também (i) um surfatante e mesmo um outro solvente diluído no primeiro; (ii) uma escova; (iii) secagem acelerada por aspiração.

Uma limpeza profunda, representa para a massa vinílica o mesmo que um peeling facial representa para o humano, tal é o nível da sua agressividade.

Limpeza – liquido

O líquido de limpeza a ser empregado, deve ser forte o suficiente para que o processo de solubilização dos resíduos seja rápido, mas, entretanto, relativamente inerte sobre o emoliente que faz parte da formulação vinílica e que, em hipótese alguma, deve ser removido — ele já sofre um processo natural de exsudação que, se acelerado, terminará resultando na formação de ‘crateras’ facilmente ‘legíveis’ pela agulha, gerando um tipo de ruído descrito por alguns nesta lista como ‘batata frita’.

Dentro deste critério existem muitas ‘receitas’ disponíveis (que podem ser encontradas, por exemplo, em <http://www.enjoythemusic.com/recordcleaner.htm  > ).

Entretanto, sabe-se uma das, senão a mais segura, é o uso de água desmineralizada (água para baterias bi-destilada está bom) e álcool de madeira, diluídos na proporção de 50/50 % em volume.

As quantidades utilizadas por face é muito pequena, e o produto deve ficar em contato com o disco apenas alguns segundos, sendo auxiliado no processo por uma escova especificamente projetada para o uso em vinil (aquela fornecida com o kit DISCWASHER D4) .

Os discos podem ser limpos e secos, face por face, com a escova e líquido solubilizante D4 da DISCWASHER.

Discos feitos em SHELLAC (78 RPM)

Este material se dissolve em contato com álcool (mesmo pequenas quantidades deste diluído em água causam grandes estragos !).

Conservação

O que estende a vida útil de um disco analógico, por mais óbvio que seja, é o cuidado no seu manuseio; a qualidade e conservação do binômio fonocaptor/braço de toca-disco e, finalmente a qualidade do seu arquivamento.

Assim, compete ao usuário o cumprimento de certo rigor no manuseio destas (agora) preciosidades:

(i)    lavagens constantes das mãos — escamações minúsculas da pele, mais os ácidos e proteínas constantes no suor, são verdadeiros pratos de gourmet para colônias de fungos e bactérias.  Uma vez estabelecidas, elas são difíceis de eliminar por completo – e elas também devoram o vinil !;

(ii)   o tapete do prato, o próprio toca-discos, e o ambiente onde o aparelho de transcrição está instalado —  A presença de partículas em suspensão e aerodispersóides (fumaça de cigarro, charuto e cachimbo, por exemplo) seguramente vão terminar aderidas ás superfícies dos discos.
O sarro do fumo, já que o citamos, uma vez aderido à qualquer superfície, esqueça, nem talhadeira retira por completo;

(iii)   a higiene executada no ato de tocar — o uso de escovas secas, imediatamente ao ato de tocar, deve ser entendido como parte integrante do processo ‘de tocar um disco’.
Existem diversos produtos no mercado que prometem exatamente o mesmo nível de performance (usando adesivos, fibras de carbono, cerdas de pariparoba-rosa, e até mesmo cerdas radioativas, tenho-as todas), mas aquela que r-e-a-l-m-e-n-t-e  funciona é a escova constante no kit da DISCWASHER.
Corretamente utilizada, ela não gera eletricidade estática e é capaz de escavar o fundo de um microsulco como nenhuma outra, à exceção, talvez, da aplicação de gel (constituído a partir de uma emulsão de PVC); entretanto o gel necessita de uma ‘cura’ de pelo menos 24 horas o que dificilmente pode ser encarado como um procedimento habitual antes do uso de um disco.

(iv)   capas — após o uso, de imediato, o disco deve retornar à sua capa interna e esta, por sua vez, colocada dentro daquela externa, mas maneira que a ‘boca’ da interna fique (no sentido anti-horário) a 90 graus daquela externa, isto é, ‘selada’ contra a entrada de pó e aerodispersóides.  O profissional utilizará capas internas interfolhadas com papel de arroz ou ainda, capa de papel de arroz + capa vinílica tipo V.R.P.; ambas são boas alternativas.

fonte: Planetaterra.com.br