Soluções interessantes de propagação vegetativa como a alporquia de frutíferas podem atualmente ser encontradas em viveiros.

Uma muda de alpoquia possibilita assim o cultivo de um pequeno pomar no pátio ou de um vaso com laranja-do-céu na varanda.

O que é alporquia?

É uma técnica de propagação vegetativa, feita na planta matriz enraizada, onde um ramo da planta é escolhido, anelado e coberto com enraizador e musgo úmido.

alporquia com raiz
Galho de alporquia enraizado. Desenho Miriam Stumpf

Com algumas semanas a parte do ramo irá desenvolver raízes e poderá ser destacado e cultivado em vasos ou no solo.
Diferente da técnica de estaquia, onde o ramo é cortado da planta matriz para ser colocado em substrato para enraizar, o alporque é enraizado na planta cultivada.


Como funciona a alporquia?

Anelando o ramo, isto é, retirando a casca ao redor do ramo, a seiva elaborada que desce pelo floema logo abaixo da casca tem seu fluxo interrompido.

Esta seiva é rica em aminoácidos elaborados pela ação fotossintética das folhas.

alporquia enraizador
Coloca-se produto enraizador para ajudar a criar raízes. Desenho por Miriam Stumpf

Cortando sua descida desta forma há nutrientes acumulados que acabam por propiciar o desenvolvimento de raízes adventícias (raízes aéreas) que surgem ao redor do corte.

Para apressar a emissão de raízes e para que haja maior número delas também, usa-se uma auxina sintética,também chamada de pró-hormônio, que é um produto enraizador composto de ácido indol-butírico (AIB), ácido indol-acético (AIA) ou cloridrato de tiamina.

Quando pode ser feita a alporquia

Os alporques podem ser feitos em plantas ornamentais, frutíferas, árvores nativas e exóticas com sucesso.

Representam neste momento uma técnica que veio solucionar uma demanda crescente por plantas de menor porte para os jardins e quintais.

ginkgo biloba
Ginkgo biloba

O alporque elimina a fase jovem das frutíferas, pois é um pedaço da planta-mãe e como tal produzirá flores e frutos na mesma época.
Seu tamanho será menor do que esta, mas um pouco maior que pelos outros métodos de estaquia ou micropropagação.

Muito usada também para plantas que apresentam lentidão de crescimento e que somente iniciam a fase de emissão de flores e frutos com longo tempo de produção.

É o caso do ginkgo (Ginkgo biloba), uma árvore cultivada como ornamental e como produtora de folhas usada para fitoterápicos que leva cerca de 15 anos para florescer e frutificar.
Desta forma a propagação por sementes não é viável economicamente.

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Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.