Fatores não muito desejáveis da solarização

Também podemos avaliar alguns fatores não tão desejáveis, como o que acontece se adicionarmos material orgânico com decomposição incompleta.

jardineiraA temperatura mais alta acelera o processo de decomposição e pode aumentar ainda mais a temperatura do solo.
Isto propicia a formação de gases e substâncias nocivas, o processo fica anaeróbico ocorrendo fermentação, com produção de chorume e de um forte cheiro de metano.

Outro fator limitante ao uso desta técnica é que a parcela solarizada fica inoperante por 60 até 90 dias enquanto durar o tratamento, mas poderá ser minimizado este problema quando a cultura introduzida no espaço tiver alta produção.
Sem contar que as futuras culturas também poderão produzir mais.


Se o agricultor ou jardineiro amador fizer solarização em todos os seus canteiros, ao fazer a rotação de culturas, acabará por descontaminar o espaço de produção de patógenos e inços.
E de uma forma ecológica, sem venenos que contaminam o ar, o solo e as águas percoladas. 

Em resumo, a solarização é uma técnica ecologicamente correta de empregar em hortas de pequeno tamanho, seja caseira ou de agricultura familiar para fins comerciais.

Solarização para pequenos espaços

solarizacao_caseira

Quando trabalhamos com plantas em estufas, uma forma de esterilizar substrato é o uso da autoclave.
Este aparelho é elétrico e há em diversos tamanhos.
Os menores são usados em laboratórios e centros de pesquisa e também pelos dentistas.

Com temperatura controlada o substrato fica sem patógenos e sementes de inços ativas.

Para quem tem um pequeno espaço de horta e jardim isto seria anti econômico.
Mas poderemos usar a energia do sol a nosso favor.

Passo a passo de solarização de pequeno espaço

Preparar o substrato como se fosse usar para plantio, isto é, adicionar composto orgânico completo feito da maneira correta.
Leia nosso artigo de como fazer compostagem.

Solarização do solo preparo do canteiroPeneirar para retirar as minhocas, senão elas morrerão.

Colocar o substrato dentro de sacos plásticos destes usados para areia de construção, que são mais resistentes.

Deixar bem úmido, regando e revolvendo.

Fechar o saco com corda e deixar ao sol, revirando frequente para receber os raios de todos os lados.

A cada 3 ou 4 dias abrir para verificar a umidade, se estiver seco acrescentar novamente água.

Ao fim de 4 a 6 semanas estará pronto.

Deixar fora do saco em local apropriado, revolver para promover a aeração. Está pronto para usar.

A melhor época para fazer esta técnica é nos meses quentes e com poucas chuvas para que o sol trabalhe a nosso favor.
Simples, fácil e ecologicamente correto, sem herbicidas ou inseticidas.

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Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.