Quando planejamos jardins o vento é um fator para analisar.
A orientação do terreno nos ajuda a determinar de que lado incide o vento mais forte na região.
Nada melhor que implementar quebra-ventos, naturais ou estruturais para proteger o jardim, suas plantas, a horta de ventos que irão
sacrificar seu jardim.

O melhor local para instalar os quebra ventos


Na orientação dos quebra ventos e cercas vivas serão precisos alguns cuidados, tais como:

Plante em linhas desencontradas para diminuir o fluxo do vento

barreiras quebra-ventos

Barreiras feito com plantas, não deverão dirigir o vento, pois canalizá-lo poderá aumentar sua velocidade e no final da condução estará com poder de destruição muito grande.

Linhas sinuosas ajudam na diminuição da velocidade do vento, colocando as plantas em linhas desencontradas e de folhagens de textura e tamanhos diferentes.

É importante também selecionar espécies de plantas que sejam mais resistentes aos ventos.
Um exemplo é o uso de plantas de folhas perenes e firmes, como a rosinha-da-índia (Raphiolepsis umbellata), um arbusto lenhoso de até 2,0 m de altura, folhas coriáceas arredondadas e flores brancas pequenas.
Outra boa opção é o viburno (Viburnum suspensum), de até 3,0 m de altura, folhagem densa perenifólia, flores brancas no inverno.
Podem ser podados para controle de tamanho;

Barreiras vegetais em áreas abertas – como fazer

Em locais abertos, como jardins no campo ou litoral, as barreiras do lado onde incide o vento mais forte deverão ser construídas com três tipos de vegetação.

A primeira linha para o lado do vento, será menor, com até 1,0 m de altura, a segunda de médio porte, em torno de 1,80 a 2,50 m e a terceira mais alta, como árvores de folhagem perene.
Assim, o vento subirá perdendo velocidade;

Materiais dos quebra-ventos

proteçao contra o vento
Quebra-ventos feito com cipó

Os quebra ventos podem ser de diversos materiais, como cercas de tabuas, acrílico, vidro, bambus, chapas metálicas, cercas de tela fina vegetados e de alvenaria.

A escolha dependerá do local e de sua inserção no projeto de paisagismo, bem como os custos de aquisição, montagem e manutenção.

As cercas de telas dão ótimos quebra ventos, desde que bem-feitas e com o uso das plantas adequadas, que terão a função de para diminuir e filtrar a velocidade do vento;

Disposição das cercas vivas e barreiras naturais de plantas para proteger do vento

As plantas muito adensadas nem sempre funcionam se colocadas em linhas paralelas.
No espaço entre as plantas, o vento poderá ter canais de onde sairá com força destruidora.

Barreira natural para proteger do vento
Plante em linhas desencontradas.

A disposição das plantas deverá ser desencontrada, respeitando os espaçamentos de cada espécie, mas que faça o vento circular em linhas sinuosas, perdendo a velocidade.

Intercalando folhagens de textura fina, como as coníferas, com arbustos de folhas maiores poderá funcionar melhor.

Como exemplo citamos o cipreste-de-hinochi (Chamaecypares obtusa), de folhagem de textura fina na cor verde variegada de creme. Este, pode atingir até 40,0 m de altura se não for contido por podas.
Pode ser misturado ao cotoneáster (Cotoneaster przewalskii), de altura em torno de 3,0 m, folhas pequenas e inflorescência branca na primavera.

A piracanta (Pyracantha coccínea) é arbusto cultivado para cerca viva de proteção devido aos espinhos.
Quando podada numa altura de 2,80 a 3,0 m, ficará mais compacta, possibilitando aliar a proteção contra indesejáveis e contra o vento.

Como plantar uma cerca viva para proteção dos ventos

Escolher o local desejado, delimitando a largura e o comprimento do canteiro.
Marcar o lugar das covas, com o espaçamento adequado às espécies que serão cultivadas.

cerca viva

Lembrar que cercas vivas para barramento de vento são plantadas mais juntas do que aquelas para cercas vivas apenas ornamentais.
Mais de uma linha de plantas poderão ser incluídas, sempre desencontrando com a anterior.

Preparar o solo para plantio, abrindo covas maiores que os torrões.
A terra da superfície deixar separada para misturar com os abonos que serão colocados. A terra restante do buraco deve ser separada, reservando.
Na terra de superfície colocar composto orgânico o quanto seja necessário, misturado a abonos animais, cerca de 1 a 1,5 litros de adubo de aves curtido, com 100 gramas de farinha de ossos ou fosfato natural de rochas, mais adubo granulados do tipo NPK 10-10-10, cerca de 200 g por muda.
Colocar parte da mistura no fundo descompactado, colocar o torrão, preencher as laterais e firmar a muda.

A terra do fundo do buraco ficará por cima ou será preservada para outras misturas de plantios.
Sempre regar cada muda, todos os dias em que não houver chuva, pelo menos por dez dias.
Tempo: conforme o tipo de planta escolhida de 3 a 4 meses poderá ter o espaço preenchido.

Quebra-ventos para varandas, terraços e lajes


Terraços e lajes planas são também objeto de ornamentação.

quebra vento
O vento poderá causar danos nas plantas e derrubar vasos.
Proteção de cortina de vidro temperado, bem como treliças de madeira ou bambu poderão diminuir a velocidade do vento.

Os vasos utilizados deverão ser pesados, como os de cimento.
São muito usadas as jardineiras de alvenaria, feitas na construção do prédio, diminuindo unidades de recipientes avulsos.
Estes, devem ter saída de água de regas ou chuva, para descarte no ralo da área.

Quando cultivar arbustos altos ou pequenas palmeiras serão necessários estais de ancoragem, presos a parafusos no concreto do piso.
Mesmo assim, não se recomenda o plantio de espécies grandes como as usadas em jardins.
Qualquer dano na estrutura do piso poderá ter como consequência rachaduras e infiltrações.

Uma dica: para quem ama plantas em vasos recomendamos que coloque sobre peças de madeira com rodinhas, assim, ao ameaçar temporais ou em ocasiões de estações mais ventosas, poderá arrastar para lugar mais protegido.

Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.