Podas diferentes conforme a função …

A poda pela saúde e como elemento decorativo

A poda de arbustos e mesmo de árvores em viveiro é uma das práticas mais importantes para um paisagismo interessante.
Mudas oriundas de viveiro nem sempre apresentam, no entanto, uma copa desejada, pois a planta não foi bem preparada na sua fase de crescimento.

A poda bem conduzida produz plantas mais atrativas, harmoniosas, vigorosas e bem formadas.
Muitas plantas se beneficiam com esta poda inicial quando são jovens.

Quando podamos os ramos mais baixos nos arbustos há um incrível incentivo para que os demais ramos se desenvolvam, criando uma estrutura de melhor visual.
Alguns, como os hibiscos (Hibiscus rosas sinensis), podem crescem no formato de pequenas arvoretas, atingindo uma forma arredondada muito bonita, servindo  para espaços onde não há possibilidade de uma árvore de maior porte.

Por que e quando podar?

1. A remoção de partes mortas, danificadas por ventos ou doenças podem significar a sobrevida de uma muda.
Renova sua copa e aumenta o vigor e saúde.

As podas de limpeza e de fitossanidade são necessárias também para manter a planta saudável e limpa de ramos mortos, infestado de insetos como as brocas e cochonilhas.

Os instrumentos de poda usados nas  plantas devem passar pela desinfecção com álcool, água sanitária ou fogo antes de nova utilização em outras mudas.

A poda - arbustos
A poda – arbustos

2. Os ramos removidos que se sobrepõem uns aos outros podem significar menos quedas de galhos durante um temporal, pois não haverá fricção entre eles com o vento com a possível quebra de uma das partes.

É uma poda preventiva e pode ser realizada ainda em viveiro.
Quando temos no jardim uma muda com este problema poderemos realizar então uma poda para melhor arranjo de ramos, com visível benefício para a planta.

Muitos arbustos desenvolvem estes ramos fora do formato da copa ao longo do tempo e analisando a planta saberemos a hora de fazer esta tarefa.

A poda - arbustos

3. As florações poderão ser estimuladas, principalmente naquelas plantas do tipo caducifólias, como o marmelinho-de-jardim (Chaenomeles), as roseiras (Rosa spp.), etc.
Nem sempre, no entanto, serão necessárias.

Quando o arbusto ainda estiver em fase de crescimento, basta remover da maneira certa as pontas dos ramos com a cabeça da flor que feneceu, na altura da primeira ou segunda gema do ramo.

Cortar com podão de jardim afiado para não esmigalhar o tecido do ramo.
Novos ramos, folhas e flores irão assim surgir dentro de algum tempo.

A poda - arbustos
A poda – arbustos

4. Muitas vezes começamos a notar que as plantas ao longo do tempo crescem muito, atrapalhando a entrada de automóveis, tirando a visão de referência do motorista que dirige de ré para a saída.

Também caminhos começam a serem interceptados por ramos que acham o espaço aberto e cheio de luz mais convidativos que o espaço dentro do canteiro.

Plantas de formas irregulares como o hamamélis (Loropetalum) e a ixora (Ixora coccinea ‘Compacta’) invadem o espaço das outras plantas do canteiro e também para fora do canteiro na sua fase de crescimento e quando não controlados por podas ocasionais.

 

Mas na grande maioria das vezes estas plantas estão mal localizadas, pois não existem plantas ruins, aborrecidas e inconvenientes.

Uma solução inteligente é seu transplante para outro local com maior área de desenvolvimento, evitando esgotar a planta com podas constantes e severas.

Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.