Um bom planejamento de jardim começa pela definição do tema. 
A colocação de árvores ou de arbustos.

Estes definem a estrutura do jardim. 
Sua forma, suas folhas, suas flores.

Isto vale tanto para jardins grandes como pequenos.

Planejamento do jardim – Combinar plantas de mesmo porte destacam as áreas

buxus-escultura
Planejamento do jardim – buxus escultura

Arbustos topiados como o Buxus sempervirens e a Eugenia (Eugenia sprengelii) podem dar definição a certas áreas do jardim.

São uma presença maciça verde, um bloco, na verdade, podendo ser repetidos ou como peça única.
Mas o que realmente interessa, é a estrutura da planta.  Ela é importante no planejamento.

A combinação com outras plantas de mesmo porte e formas diferentes propiciarão os conjuntos de atração do espaço.

Algumas plantas ocorrem em mais de uma cor de flores, outras apresentam folhas verdes ou variegadas como a pleomele (Pleomele reflexa) e a dracena tricolor (Dracaena marginata) , que podemos apreciar também em verde.

Estas são plantas interessantes.

Formam conjuntos de longos caules tortuosos com a coroa de folhas no ápice.

São uma escultura vegetal para o jardim.

beaucarnea-jardimOutras plantas de formas interessantes são o paquipódio (Pachypodium) e a nolina (Beaucarnea), plantas xerófitas, ideais para jardins de baixa manutenção.

O paquipódio tem tronco com espinhos e folhas apenas na ponta da planta, produzindo também flores vistosas, traz interesse a recantos de cactáceas e suculentas mais baixas.

Já a nolina, com seu caule engrossado na base é uma adição diferente para jardins, uma estrela que pode ficar sozinha sobre um gramado ou então um vaso de grande porte.

Estrutura de plantas junto a muros

Planejamento do jardim - cercas vivas
Planejamento do jardim – cercas vivas

Para dar uma estrutura a locais junto a muros, onde os canteiros tem aquele visual estreito, podermos colocar uma cortina verde, com plantas de formas colunares que servirão de pano de fundo para outras plantas mais atrativas em cor.

É o caso do podocarpo, também chamado pinheiro-budista (Podocarpus macrophyllus).
Suas folhas pequenas, verdes escuras e brilhantes são o exemplo perfeito.

Plantados em espaçamento menor formarão um bloco verde, pois quando juntamos em linha e com menor espaçamento as plantas perdem a individualidade .

azalea-buxinhoNa frente, poderemos colocar plantas de flores coloridas, como azaléias (Rhododendron simsii var.Nana) ,ixoras (Ixora chinensis).

Se o canteiro tiver pouca largura, para a lateral de passagem de automóveis, poderemos usar apenas uma bordadura de plantas rasteiras, como Tajetes (Tajetes patula) ou gazânias (Gazania rigens).

Plantas não podadas trazem formas mais livres

Planejamento do jardim - podocarpo estrada
Planejamento do jardim – podocarpo estrada

Mas as plantas que não são podadas têm formas mais livres, não são um bloco sólido de massa vegetal.

As folhagens mais abertas dão mais leveza ao jardim e se tiverem flores e frutinhos, maior interesse visual para o espectador.

No entanto é preciso dosar para não haver muita informação em cada área.

Para quem visita o jardim são as formas das plantas que primeiro chamam a atenção à distância.

Árvores de folhas grandes ou de folhas pequenas

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Planejamento do jardim – cheflera de folha grande

Plantas de folhas grandes como a árvore-polvo (Schefflera actinophylla) podem ser atrativas assim.

tuia-macarrao-peqJá as de folhas pequenas, como a tuia-macarrão (Chamaecyparis pisifera) e o cipreste-de-monterei (Cupressus macrocarpa) podem ser apreciados pela sua estrutura e de perto pela delicadeza de suas folhas escamosas.

Plantas estruturais dão identidade ao jardim e são apreciadas em todas as épocas do ano.

As flores são lindas mas devido ao pouco tempo que ficam no jardim devem ser vistas como um bônus extra, permanecendo o jardim bonito mesmo na época em que estarão ausentes.

O planejamento cuidadoso prevê isto e distribui pelo espaço plantas de florescimento em épocas diferentes, dando assim pinceladas de cor, atração para o visitante, flores para os insetos e beija-flores e maior biodiversidade na área.

Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.