Terrenos com acentuado declive, como nos jardins em encostas, são muitas vezes difíceis de ornamentar com plantas.
Por vezes conseguimos criar patamares para aumentar o espaço horizontal.Mas é possível também, criar um jardim aproveitando a própria encosta.

Casas de campo na montanha são as que mais comumente apresentam áreas do terreno em encostas, nos desafiando em como criar um paisagismo adequado.

Terrenos em encostas: Principais cuidados na hora de montar o jardim

Devido aos vários problemas estruturais que terrenos em encostas podem apresentar, a escolha das plantas será bem específica.

Em terrenos em encostas evite escolher plantas anuais


jardim em encostas
 
Plantas anuais não são aconselháveis, devido ao período entre o final do ciclo até que a nova muda se desenvolva e a área então ficará desnuda.

Plantas anuais são todas aquelas que perduram somente por um ciclo, geralmente uma estação do ano e depois morrem.

Evite plantar árvores ou arbustos de grande porte em locais em declive


Também árvores e arbustos de grande porte deverão ser evitados devido ao peso da planta que poderá ocasionar desmoronamentos.

Evite movimentação de grandes espaços de solo

Em declives evita-se movimentação de grandes espaços de solo, para que não haja erosão das camadas superficiais.
Pois isto levará ao carreamento de maior volume de terra.

Adições de terra, como composto orgânico, poderão ter uma mistura com argila, para ajudar na agregação das partículas com maior capacidade de compactação.

Escolha plantas cujas raízes ajudam a conter erosão do solo

Plantas para escolher são muitas e uma das características a considerar é o tipo de suas raízes que ajudarão a conter a erosão laminar.

Raízes muito grossas em geral pertencem às plantas de maior porte.
Isto significa que elas movimentam o solo e podem ocasionar erosão.

As de calibre fino também não são interessantes, pois desagregam o aglomerado de partículas de solo na superfície e não facilitam a infiltração da água pluvial.

Temos ainda as plantas de raízes muito superficiais, como as do bambu.
Estas por outro lado, tendem a facilitar a desagregação das partículas devido à concentração em um pequeno espaço.

Finalmente, as gramíneas, com raízes em formato de cabeleira, são excelentes, pois trabalham o solo em profundidade.
Ao mesmo tempo, sua vegetação curta e fina permitirá uma filtragem melhor das águas pluviais.

Plantas gramíneas e rasteiras, ou de forração, que ajudam na retenção do solo


Entre elas citamos a grama bermuda (Cynodon dactylon) e a grama batatais (Paspalum notatum).

A implantação de áreas gramadas em terrenos em encosta, passa pela preparação do solo, o que deve ser feito com cuidado.
Em seguida, se procede a aplicação de grama em placas ou rolos, com fixação de estacas de bambu para evitar que escorreguem com a chuva.

Plantas rasteiras chamadas de forrações ajudam a diminuir o impacto das gotas de chuvas no solo.
Assim, impedem a erosão da camada superficial do solo.

grama amendoim
Grama-amendoim (arachis repens)

 
E uma coisa boa, há muitas rasteiras bonitas e que não precisam de podas.

Entre elas a grama-amendoim (Arachis repens), que não é uma grama, mas uma leguminosa, de folhas compostas e flores pequenas na cor amarela.

O trevo também é interessante, para pequenas áreas, pois acabado seu ciclo levará algum tempo para nova cobertura do solo.
Ele tem sementação natural.

Mas caso não queira esperar pela brotação de novas mudas, uma dica para manter o solo coberto é fazer nova semeadura para continuar seu cultivo, antes de terminar o ciclo.

Plantas bulbosas e plantas resistentes a seca

Plantas que têm conjunto de raízes entre superficiais e profundas também são interessantes, pois ajudam a segurar o solo.

Raízes suculentas como as do Hemerocale (Hemerocallis spp.) e da íris (Iris spp.) são benéficas.

Além disto, o efeito visual de um declive com cultivo destas plantas tem grande impacto.
Mas observar o clima da região antes de plantar, evitando colocar estas plantas que são sensíveis à grande estiagem.

Se quisermos escolher plantas mais resistentes a seca, será mais conveniente a forração com suculentas como a rosinha-de-sol (Aptenia cordifolia) em combinação com pequenos arbustos como a alegria-de-jardim-anã (Salvia splendens), colocando em disposição harmoniosa.

Forrações para terrenos em encostas

A forração também é importante, folhas muito grandes podem guardar sobre elas uma quantidade de água, que ao cair poderá ocasionar sulcos na terra.

aster para forração de encostas
 
As forrações com folhagens médias a pequenas são as melhores.
Podemos acrescentar uma vegetação colorida, de pequeno porte ou rasteiras rizomatosas e estoloníferas.
O efeito de longe é muito bonito.

Por exemplo, a lisimáquia (Lysimachia), os diversos tipos de margaridas (Aster spp.) e as ajugas (Ajuga), que darão toques de cor no meio da vegetação verde.

O que plantar em declives suaves

Muitas áreas declivosas têm partes com gradiente menos acentuado.

jardim em terreno em declive
 
A colocação de pedras decorativas para fazer um falso patamar poderá acrescentar um visual interessante e natural.
Nestes locais, poderão ser introduzidas algumas coníferas, dependendo do clima na região.

As de pequeno porte, como o jacaré (Juniperus horizontalis) com folhagem verde ou verde azulada poderá ter a companhia de azaleias-anãs (Rhododendron indicum), cujo florescimento ocorre durante quase o ano todo.

Este recanto terá um charme a mais, aquele toque pessoal que encanta a todos.