Nome botânico: Cocos nucifera L.

Nome popular: coqueiro

Angiospermae – Família Palmae

Origem: Ásia, trazido pelos colonizadores portugueses em 1550

Descrição

Planta herbácea de vida em torno de 30 a 40 anos, longa estipe, com altura de até 25,0 m para o coqueiro gigante e 12,0 m para a variedade anã.

Suas folhas são grandes, de cor verde intenso a amarelado, medindo 6,0 m de comprimento e folíolos de até 0,90 m. Pecíolos amarelados de 0,90 a 1,20 de comprimento.

Os frutos são arredondados de casca dura e fibrosa e ocas, com líquido de sabor único que, no amadurecimento, fica concentrado numa polpa branca, rígida e leitosa.

O coqueiro anão pode ter frutos verdes, vermelhos e amarelos, sendo o fruto verde o preferido para consumo in natura da água de coco.

Modo de Cultivo do Coqueiro Anão

O coqueiro é oriundo de clima quente e tropical, portanto adapta-se muito bem ao clima do Nordeste e Norte do país.

A precipitação anual deve ficar em torno de 1400 a 2500 mm por ano. Regiões de secas sazonais poderão utilizar a irrigação, evitando assim a queda dos frutos por deficiência hídrica.

A umidade relativa do ar (URA) é um dos fatores importantes no cultivo do coqueiro, a ideal é de 75% no inverno e 80% no verão. Acima de 90% poderá causar a queda dos frutos, além do aparecimento de doenças fúngicas.

A temperatura é limitante ao clima mais quente, por isto as grandes lavouras se situam acima do trópico no Brasil, como Nordeste e Rondônia.

A temperatura ideal é de 27,0 graus centígrados na média anual. Temperaturas abaixo de 17,0 graus não são favoráveis ao desenvolvimento e frutificação.

Solo e Plantio

O coqueiro é uma palmeira exigente em luz solar, com cerca de 2000 horas de luz por ano. Locais com muitas nuvens podem ter a produção de frutos prejudicada, já que estes dependem dos produtos da fotossíntese.

cocoO melhor solo é o de textura areno-argiloso, profundo, não pedregoso, bem drenado e com água disponível por chuvas ou lençol freático mais à superfície. Caso contrário é recomendada a irrigação da lavoura.

O pH e a fertilidade do solo deverá ser analisado em laboratório de solos, com recomendações profissionais posteriores de correção da acidez e adição de adubos.

A preparação do solo é feita com revolvimento da terra e nivelamento, marcação em curvas de níveis se houver necessidade.

As mudas são em geral plantadas com espaçamento de 8,0 m na linha e 7,0 m entre linhas, em faixas desencontradas. Conforme a fertilidade e luminosidade da região de cultivo, esta densidade poderá ser menor, usando 7,5 m por 7,5 m.

O plantio deve ocorrer de preferência em dias sem sol ou na época das chuvas. Abrir um buraco de 0,80 x 0,80 x 0,80 m, manualmente ou com ajuda de um trator provido de uma broca. Evitar a compactação das paredes da cova, o que dificultaria o crescimento lateral das raízes.

A camada superficial retirada é misturada com fertilizante tipo superfosfato simples, adubo de gado curtido e micronutrientes, seguindo as indicações da análise de solos e quantidades sugeridas pelo profissional que acompanha a lavoura.

Recomenda-se aguardar cerca de 1 mês depois desta preparação.

É costume podar as raízes maiores e acomodar a muda cobrindo a semente, mas não a base da planta. Compactar de leve o solo para fixar a muda.

A adubação de cobertura é feita no primeiro ano e nos anos subsequentes, podendo ser parceladas durante o os períodos antes, durante e depois da estação das chuvas, conforme o tipo de análise efetuada e a recomendação profissional para a lavoura.

As Mudas

São em geral adquiridas em viveiros e o produtor deverá exigir certificação de procedência e tipo de muda, evitando cultivar coqueiros gigantes, anões e híbridos no mesmo espaço.

As mudas são comercializadas com altura entre 0,50 e 0,70 m e deverão possuir entre 6 folhas bem formadas.

coqueiro anãoA produção de mudas poderá ser feita na própria lavoura, demandando, no entanto, algum espaço e mão de obra realocada para realizar o serviço.

Selecionar as palmeiras sem doenças e pragas que produzam boa quantidade de frutos perfeitos e tenham maior quantidade de flores femininas.

O fruto semente é colhido já maduro direto do pé, não utilizando os que caíram que poderão ter boa germinação.

O reconhecimento da hora da colheita é quando o fruto passa de verde a uma cor marrom, com cerca de 1,5 kg. Estocar à sombra por cerca de dez dias. Estarão aptos para semeadura.

Duas técnicas são usadas: uma com a produção em viveiro, repicagem e levadas a campo após 5 meses, outra com semeadura em canteiro e levadas a campo sem repicagem.

A vantagem da primeira é a possibilidade de descarte das não germinadas e mudas mal formadas, mas com a desvantagem de maior tempo e mão de obra.

O viveiro para semeadura deve ficar longe da lavoura em solo semelhante ao já descrito, em local ensolarado. O canteiro não deverá ser maior que 1,50 de largura, deixando caminhos entre eles para facilitar a manutenção.

Preparar o solo retirando inços e adubando conforme as recomendações para a lavoura. Usar o espaçamento de 0,50 m entre frutos sementes em linhas desencontradas.

Plantar o fruto semente abrindo uma cova para acomodar a metade, deixando semi-enterrado com a parte de inserção do pedúnculo para cima, na posição vertical. Manter o solo levemente úmido e cobrir com palha seca de coco, evitando perder a umidade.

A germinação ocorre entre 2 a 3 meses após a semeadura, sendo então descartados os que não germinaram.

A repicagem de mudas é feita quando estiverem com 15 cm de altura, para canteiros preparados da mesma forma, onde ficarão até 5 meses, estando então aptos para ir para a lavoura.

Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.