Conheça as diferentes formas de Cactos!

O que são cactos?

Linaeus, famoso botânico francês estudou os cactos agrupando-os numa família botânica de plantas que chamou de Cactaceae. São plantas oriundas de lugares áridos onde a água é escassa e as raras chuvas muito espaçadas.

A maioria dos cactos cultivados é da região do México, Peru, Chile e Brasil.

A forma dos cactos

Cactos opuntia
Cactos Opuntia – Forma de Cladódio Palmado

Os cactos não têm folhas, com exceção do gênero Pereskia, que tem forma de um arbusto arredondado espinhento. A perda da água pelas folhas com a respiração da planta é considerável e como a água é fundamental para a sua existência nas regiões áridas, sua capacidade de armazená-la nos tecidos é muito eficiente.

O caule poderá ser cilíndrico como no gênero Cereus ou ramificado como no Opuntia. Estes segmentos recebem o nome de cladódios, são em geral carnosos e providos de espinhos.

Cactos cereus – forma de Cladódio Colunar
Cactos cereus – forma de Cladódio Colunar

Quando finos, sem espinhos e de crescimento indeterminado como no gênero Rhipsalis, recebe o nome de filocládio.

Os espinhos são as folhas que há milênios, através da evolução da planta, transformaram-se para evitar a perda da umidade e para servirem de proteção. 

Suas raízes têm as funções de fixação, extração de nutrientes e grande capacidade de extração de água do solo.

A forma e o tamanho dos cactos variam conforme a espécie, alguns ficam na altura de uma árvore outros passam despercebidos entre as pedras e a vegetação.

São verdes e o caule, além de fazer a sustentação da planta, faz também a fotossíntese, que é a sintetização da glicose, base da energia de todos os seres vivos. Podem ser globosos, cilíndricos com poucos ou sem espinhos, esféricos, articulados, poligonais, discóides, ovóides e ramificados.

Alguns têm “costelas”, em número de cinco ou até mais, pouco pronunciadas ou bastante acentuadas, que são locais de armazenamento de água, tendo a capacidade de encolher-se e expandir-se em função do teor hídrico disponível na planta.

As aréolas são estruturas de onde saem os conjuntos de espinhos e algumas produzem flores. Também nas aréolas podem haver estruturas semelhantes às gemas das outras plantas com pêlos brancos, cinza ou dourados que estão ali para proteger a entrada dos estômatos e da flor.

Os espinhos são solitários ou muitos, com diferentes tamanhos, nas cores branca, cinza ou dourados, curvados, pequenos, grandes ou eretos. Alguns, como no gênero Satsonia, podem atingir 10 cm.

As pétalas são delicadas, parecem de seda e coloridas de branco, rosa, laranja ou vermelho, muito atraentes e chamativas. Os frutos são em geral bagas carnosas, algumas grandes e saborosas como no gênero Opuntia.

As sementes variam de tamanho e forma, grandes e duras como nos gêneros Opuntia e Astrophytum, mas em geral são bem pequenas.

Os cactos são polinizados pelos insetos, pássaros nectaríferos e pequenos morcegos.

Hábitat dos cactos

Em seu habitat natural, o solo fica seco a maior parte do ano e o regime de chuvas são anuais e sazonais, podendo ser inexistente por vários anos. Isto torna os cactos e as plantas suculentas também muito resistentes e com capacidade de reter a umidade para garantir sua sobrevivência.

Têm capacidade de absorver à noite o gas carbônico do ar, abrindo os estômatos para respirar e realizar a troca gasosa para a realização da fotossíntese que é feita somente em presença de luz. Evita assim, abri-los durante o dia, mais quente, o que propiciaria maior perda de água pela respiração.

A ausência de folhas e a epiderme dura, os estômatos cobertos de pêlos e muitos providos de cerosidade, ajudam a transpiração a ser o mínimo possivel numa notável e mínima perda de umidade para o ar circundante.

Alguns cactos crescem sobre árvores e são por isto chamados de epífitas, como no gênero Rhipsalis e como semiepífitas Hylocereus, Selenicereus e Epiphyllum. Suas raízes estão no solo mas tem crescimento como se fosse um arbusto trepador, apoiando-se em plantas mais altas.

 

Miriam Stumpf é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra aulas de jardinagem e paisagismo sustentável e é autora de vários livros, entre estes o Guia de Produção para Plantas Medicinais, aromáticas e flores comestíveis. Faz projetos de paisagismo sustentável.