Para Robert BARRASS (1979, p.46.), “há dois processos envolvidos na comunicação escrita.

O primeiro, no espírito do autor, é a seleção de palavras capazes de exprimir seu pensamento.

O segundo, no espírito do leitor, é a conversão das palavras escritas em pensamentos.

O ponto mais difícil, nessa comunicação, é o de assegurar que os pensamentos criados na mente do leitor resultem nos mesmos que os do autor”.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar se o seu conteúdo será de fácil compreensão pelo receptor.
É indispensável a releitura de todo texto redigido. A ocorrência, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principalmente, da falta da releitura, que torna possível sua correção.

O que parece óbvio ao redator pode ser desconhecido por terceiros.
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos e os conceitos específicos que não possam ser dispensados. Termos obscuros devem ser evitados em todos os textos e, especialmente, nas comunicações oficiais:

“A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza.

Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão”.

Dicas
• A composição é lida com facilidade? Está bem equilibrada?
• Os pontos principais foram devidamente enfatizados? Faltou alguma coisa essencial?
• Existem erros de coerência lógica ou erros de ortografia?
• O significado de cada sentença está claro e correto?
• As sentenças longas estão bem organizadas?
• Deixe de lado a composição por algum tempo e torne a revê-la mais tarde.
(BARRAS,1979, p.52.)

 Palavras e expressões desnecessárias

A clareza é uma característica que toda mensagem deve ter. Entretanto, em nome da clareza, incluímos muitas vezes palavras e expressões que apenas ocupam lugar.
Dentre elas estão também muitos adjetivos que, por serem já esperados, não causam nenhuma surpresa.
A ausência dessas palavras e expressões em nada altera o sentido da frase.É conveniente eliminá-las.

O jargão

É a linguagem técnica especializada de uma classe ou profissão.
Embora haja muitos casos em que o jargão se apresenta apenas como um modo de impressionar, há também casos em que o jargão é necessário.

Seja qual for o caso, é preciso ter em mente que embora o jargão possa ter significado preciso para quem o emprega, o mesmo pode não ocorrer com o receptor. Isso impedirá ou dificultará a comunicação.
É desejável, portanto, que o redator identifique o jargão que por acaso persista no esboço da mensagem.

Dicas
• Seja positivo. Evite, em particular, as duplas negações como não improvável (no lugar de possível) e não injustificável.
• Nunca use metáforas, analogias ou outras figuras de estilo habitualmente encontradas em obras impressas.
• Nunca use uma palavra longa quando couber outra mais curta.
• Se for possível eliminar uma palavra, elimine-a.
• Nunca use a voz passiva se for possível usar a voz ativa.
• Nunca use frases estrangeiras, termos técnicos ou jargão se puder valer-se de um equivalente da linguagem comum

fonte: Manual de comunicação escrita oficial do Estado do Paraná