O que esperar da anestesia?

Para médicos anestesistas a cena é comum:

–“Doutor, eu estou muito tranqüilo com a cirurgia. O meu medo mesmo é da anestesia!”

O temor dos pacientes em relação à anestesia é uma reação cultural a relatos antigos de complicações, muitas delas praticamente extintas, e uma compreensível hesitação diante de um profissional misterioso responsável por dominar o desconhecido: a inconsciência.

Afinal, quem é o anestesista? O que faz este profissional?

O anestesista nada mais é do que o clínico geral do centro cirúrgico.

É o médico responsável por eliminar a dor relacionada ao ato operatório e por manter o paciente estável ao longo da cirurgia ou por estabilizá-lo, caso haja alguma intercorrência.

Trata-se de um profissional com profundo conhecimento de farmacologia, ciência que estuda a ação e a dinâmica dos medicamentos, e com vasta experiência em procedimentos de salvamento e reanimação.

O anestesista costuma ser o primeiro médico a chegar na sala de cirurgia, para arrumar seu material e diluir as medicações das quais precisará, já que a anestesia, é claro, precede a cirurgia.
Antes, durante e logo após a cirurgia, ele permanece todo o tempo ao lado do paciente, disponível para qualquer coisa de que o paciente precise, mesmo que este não esteja consciente, e também para auxiliar o cirurgião no que for possível, do lado de fora do campo operatório.

A visita do anestesista ao quarto

Antes de qualquer coisa, o anestesista vai até o quarto ou à enfermaria onde o paciente está internado para realizar a visita pré-anestésica, que funciona como uma consulta médica normal.

Nesta, médico e paciente conversam sobre a saúde do paciente, e se realiza alguns testes rápidos e indolores para avaliar parâmetros importantes do ponto de vista anestésico, como por exemplo pedir para o paciente abrir a boca e mover o pescoço para frente e para trás.

Em alguns casos, o anestesista dá ou pede à enfermeira que administre uma medicação para que o paciente se sinta menos nervoso.

Isto promove uma sensação de calma e bem estar importante tanto para o paciente quanto para o organismo do paciente, que tolera melhor e com mais naturalidade uma situação notadamente estressante.

Na cirurgia o anestesista monitora seus sinais vitais

Quando o paciente chega ao centro cirúrgico, o anestesista está lá, aguardando-o, desta vez com roupa cirúrgia própria.

O paciente então tem os seus sinais vitais monitorizados, através de um aparelho de pressão, eletrodos colados ao tórax para a visualização dos batimentos cardíacos e uma espécie de pregador que envolve o dedo indicador, que é o oxímetro de pulso.

O anestesista punciona uma veia periférica para instalar um soro e para fazer, através deste soro, as medicações necessárias ao longo da anestesia e da cirurgia.