A apnéia do sono é um grupo de distúrbios graves do sono nos quais a respiração é interrompida repetidamente durante o sono (apnéia), durante um tempo suficientemente longo a ponto de reduzir a oxigenação do sangue e do cérebro e aumentar a quantidade de dióxido de carbono.

A apnéia do sono pode ser obstrutiva ou central.

A apnéia do sono obstrutiva é causada por uma obstrução da garganta ou das vias aéreas superiores.

A apnéia do sono central é causada por uma disfunção da área do cérebro responsável pelo controle da respiração.

Algumas vezes, em casos de apnéia do sono obstrutiva, a combinação da manutenção prolongada da concentração baixa de oxigênio e da concentração elevada de dióxido de carbono diminui a sensibilidade do cérebro a essas alterações, adicionando um elemento de apnéia central ao problema.
Geralmente, a apnéia do sono obstrutiva ocorre em homens obesos, os quais, em sua maioria, tentam dormir em decúbito dorsal (apoiados sobre as costas). O distúrbio é muito menos comum em mulheres.

A obesidade, provavelmente em combinação com o envelhecimento dos tecidos orgânicos e outros fatores, acarreta um estreitamento das vias aéreas superiores.
O tabagismo, o uso excessivo de bebidas alcoólicas e as doenças pulmonares (p.ex., enfisema) aumentam o risco de apnéia do sono obstrutiva.
A predisposição à apnéia do sono – garganta e vias aéreas estreitas – pode ser hereditária, afetando diversos membros de uma família.

– Sintomas

Como os sintomas ocorrem durante o sono, eles devem ser descritos por alguém que observe o indivíduo enquanto ele dorme.

O sintoma mais comum é o ronco associado a episódios de respiração ofegante, engasgos, pausas da respiração e episódios de despertar súbito.

Nos casos graves, os indivíduos apresentam episódos repetidos de engasgamento obstrutivo relacionado ao sono, tanto durante a noite quanto durante o dia.

Finalmente, esses episódios interferem na atividade laborativa diurna e aumentam o risco de complicações.

Uma apnéia do sono prolongada e grave pode causar cefaléia, sonolência excessiva durante o dia, atividade mental diminuída e, finalmente, insuficiência cardíaca e pulmonar.
Nesta última fase, os pulmões não são capazes de oxigenar o sangue adequadamente nem de eliminar o dióxido de carbono.

– Diagnóstico

Nos estágios iniciais, a apnéia do sono é freqüentemente diagnosticada baseando-se nas informações fornecidas pela pessoa que dorme com o paciente, a qual pode descrever roncos altos ou ruídos ofegantes e episódios de despertar com sobressalto associados ao engasgamento.
Além disso, o indivíduo pode apresentar piora da fadiga durante o dia.

A confirmação do diagnóstico e uma avaliação de sua gravidade são melhor realizadas em um laboratório de estudos do sono.
Essas análises podem auxiliar o médico na diferenciação entre a apnéia do sono obstrutiva e a apnéia do sono central.

– Tratamento

Para os indivíduos com apnéia do sono obstrutiva, as primeiras medidas a serem tomadas são deixar de fumar, evitar o uso excessivo de bebidas alcoólicas e perder peso.

Aqueles que roncam muito e engasgam freqüentemente durante o sono não devem tomar tranquilizantes, medicamentos para dormir e outros sedativos.

Os indivíduos com apnéia do sono central habitualmente são beneficiados com o uso de um respirador artificial, o qual é utilizado durante as horas de sono.

A mudança de posição durante o sono é importante.

Os indivíduos que roncam são aconselhados a dormir de lado ou com em decúbito ventral, com a face voltada para baixo.

Se esses procedimentos simples não eliminarem a apnéia do sono, pode ser utilizado um aparelho de pressão positiva contínua das vias aéreas com o auxílio de um dispositivo como, por exemplo, uma máscara de oxigênio que libera uma mistura de ar e oxigênio através das narinas.
Esse aparelho mantém as vias aéreas abertas, auxiliando a respiração regular. Excetuandose os alcoolistas, quase todos os indivíduos adaptam-se a esses aparelhos. Dispositivos bucais, confeccionados por dentistas, podem reduzir as apnéias e o ronco em muitos indivíduos.

Raramente um indivíduo com apnéia do sono grave necessita de uma traqueostomia, um procedimento cirúrgico que cria uma abertura permanente na traquéia através do pescoço.

Algumas vezes são realizados outros procedimentos cirúrgicos para alargamento das vias aéreas superiores, visando aliviar o problema.
Contudo, essas medidas somente são necessárias em casos extremos e, normalmente, são realizadas por um especialista.

fonte:.Bayerscheringpharma.