Quando um engenheiro projeta a instalação elétrica de um prédio, conhecendo a corrente que vai passar em cada aparelho, e conseqüentemente a corrente total na ligação principal, ele deverá escolher adequadamente o fio condutor que irá usar.
Se o fio escolhido para a linha principal for muito fino terá grande resistência a passagem de eletricidade.
Quando a corrente que por ele passa aumentar em virtude de vários aparelhos estarem ligados à rede, a queda de tensão neste fio poderá não ser desprezível.
Isto costuma acarretar um mau funcionamento daqueles aparelhos, pois eles ficarão submetidos a uma voltagem inferior àquela para a qual foram projetados.
Isto pode ser observado, em uma residência, quando o brilho das lâmpadas diminui ao ser ligado um chuveiro elétrico, por exemplo.
Quando a escolha é bem feita, sendo usado um fio de ligação com seção maior (menor resistência elétrica), a queda de tensão nele torna-se desprezível, e não há alteração sensível em um aparelho quando outros são ligados à rede.
Evidentemente esses cuidados devem ser tomados em qualquer instalação elétrica, inclusive nos fios que ligam uma residência à rede elétrica da rua.
O que é a capacidade de corrente de um cabo?
É a maior corrente, em regime permanente, que um condutor suporta sem que a temperatura do mesmo ultrapasse a temperatura máxima suportada pela isolação (temperatura de trabalho).
Depende do material do condutor, do material da isolação, da construção do cabo, da temperatura ambiente e da forma como está instalado.
A NBR 5410 apresenta tabelas de capacidade de corrente para vários métodos de instalação de baixa tensão.
Como dimensionar o condutor a ser utilizado em circuitos com longa distância entre a caixa de disjuntores e os equipamentos que estarão em funcionamento?
Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%, mas quedas de tensão maiores são permitidas para equipamentos com corrente de partida elevada, durante o período de partida, desde que dentro dos limites permitidos em suas normas respectivas.
Abaixo está a tabela de queda de tensão para produtos isolados em PVC 70 °C e temperatura ambiente de 30 °C, instalados conforme método de referência B1.
Seção nominal (mm²)
|
Queda
de tensão para cos Ø = 0,8 (V/A.km) |
||
Conduto
não-magnético |
Conduto
Magnético |
||
Circuito
monofásico |
Circuito
trifásico |
||
1,5
|
23,3
|
20,2
|
23
|
2,5
|
14,3
|
12,4
|
14
|
4
|
8,96
|
7,79
|
9
|
610
|
6,033,63
|
5,253,17
|
5,873,54
|
16
|
2,32
|
2,03
|
2,27
|
25
|
1,51
|
1,33
|
1,5
|
35
|
1,12
|
0,98
|
1,12
|
5070
|
0,850,62
|
0,760,55
|
0,860,64
|
95
|
0,48
|
0,43
|
0,5
|
120
|
0,40
|
0,36
|
0,42
|
150
|
0,35
|
0,31
|
0,37
|
185
|
0,30
|
0,27
|
0,32
|
240
|
0,26
|
0,23
|
0,29
|
Queda de tensão (V) = queda de tensão tabelada (v/a.km) X corrente do circuito (A) X comprimento (km)
Queda de tensão em % = Queda de tensão (V) / Tensão do circuito (V) X 100