Conhecer o Brasil é também explorar o melhor da nossa vasta culinária nacional. Melhor: na maior parte do país, sempre existe uma cidade próxima à sua que pode oferecer um ótimo mapa de paladares. Você não precisa gastar em passagens aéreas ou reservar muitos dias na agenda para ter uma experiência inesquecível. Agora viajaremos pela segunda metade dos estados da Região Nordeste (a primeira metade está aqui) e conheceremos mais da cozinha típica dessa parte do Brasil.
[h2 type=”2″ width=””]Roteiro Culinário pelo Piauí[/h2]
A gastronomia piauiense possui particularidades bastante atraentes. O cheiro-verde é amplamente empregado, substituindo a salsinha; muitos pratos levam corante extraído do urucum, ou açafrão; e a bebida mais célebre é a cajuína, refrigerante à base de caju e já considerada Patrimônio Cultural do Piauí.
Em Teresina, a Maria Isabel – mistura de carne seca de gado com arroz – é um clássico.
Aliás, esse cereal é o grande acompanhamento dos pratos de carne (incluindo galinha e pato). Juntamente com a farinha de mandioca ou a própria farofa.
Aqui, “paçoca” é o nome da carne de sol socada com pilão e misturada com cebola branca e farinha. É servida com baião de dois ou banana.
Os peixes e frutos do mar também são expressivos, em especial as peixadas ao leite do coco do babaçu.
A cozinha sertaneja piauiense tem especialidades, como é o caso do bode assado, especialmente nas cidades da região de Picos, o mungunzá (mistura de feijão com orelha de porco) e, em Floriano, o feijão com pequi e o arroz com abóbora.
A cidade de Raimundo Nonato é a vez do cuscus com carne de sol e o beiju com bode assado.
O capote, ou galinha caipira, é muito apreciado nas cidades de Barras (com arroz e paçoca), Batalha (com arroz, assim como em Piripiri) e em Campo Maior.
Em Luiz Correia o forte é a caranguejada e o pargo frito. Parnaíba é a casa do peixe ao molho de caju. E Esperantina serve churrasco de carneiro e peixada.
Dentre os diversos doces de frutas locais, o Piauí é famoso pelo de casca de limão azedo. Não deixe de provar as compotas, especialmente de caju, bacuri, mangaba e buriti.
[h2 type=”2″ width=””]Turismo Gastronômico no Ceará[/h2]
A cozinha do estado do Ceará encontra sua força nos peixes e frutos do mar, encontrados até mesmo nas cidades do interior.
Os pratos típicos do sertão também estão bastante presentes. Uma particularidade, com grande influência portuguesa, é o sarrabulho, feito com miúdos de porco e seu sangue coalhado.
Por todo estado é possível encontrar a paçoca cearense. É a carne de sol frita, posteriormente misturada à farinha de mandioca.
Na região do Cariri, cidade de Crato, há 70 km de Fortaleza, acontece anualmente a Exposição Agropecuária do Crato, com muitos sabores típicos do local.
Lá a tapioca mais vendida é a que acrescenta amendoim à massa, atribuindo um sabor mais doce ao quitute. O caldo de cana dá origem à drinks de coquetéis de frutas, às vezes levando folhas de seriguela.
No município de São Gonçalo do Amarante fica a praia da Taíba, de influência francesa. No mês de agosto o local sedia o Festival do Escargot.
Antes disso, na Semana Santa, Taíba abriga a Farinhada, aonde o biju – tapioca grande com coco ralado, acompanhando peixe frito e recomendado com cachaça – é a estrela.
Seu turismo gastronômico não pode deixar de incluir a tradicional cidade de Juazeiro do Norte, que é famosa por sua carne de sol com macaxeira, queijo da terra e munguzá de charque, mais mocotó de boi, feijão e milho.
[h2 type=”2″ width=””]Viajando pelos Sabores do Maranhão[/h2]
O Maranhão se diferencia do restante do Nordeste por sua cozinha bem menos gordurosa e pela larga presença do arroz em seus pratos – o estado já exportava o cereal para a Europa no final do período colonial brasileiro.
Assim o arroz de toucinho, de carne, de caranguejo, de jaçanã e o típico arroz-de-cuxá, muito consumido na cidade de São José do Ribamar, são presença marcante nos cardápios de todo o estado.
O arroz-de-cuxá é o acompanhamento de peixes e camarões fritos e torta de caranguejo. Ainda em São José do Ribamar, o peixe pedra é outra atração da cozinha local.
A cidade de Raposa atrai turistas famintos por seu arroz de camarão.
Outro ingrediente nacionalmente celebrado e amplamente presente no Maranhão é o açaí, aqui conhecido como juçara. Seu emprego é bastante original: acompanha a farinha, a carne de sol, camarões e peixes.
No mês de outubro, o povoado de Maracanã realiza a Festa da Juçara, com muitas outras variações para o açaí.
A 22 km de São Luiz fica Alcântara e seu formidável doce de espécie: ele vai ao forno em formato de tartaruga, base de massa e cobertura de coco ralado.
São Luiz guarda um pouco de todas essas tradições. Lá ainda é mais fácil encontrar o folclórico Guaraná Jesus, cor-de-rosa e com leve paladar de cravo e canela; e a tiquira, aguardente de mandioca.
[h2 type=”2″ width=””]Paraíba e sua Cultura Culinária[/h2]
Ainda que os ingredientes da cozinha paraibana seja comum aos demais estados nordestinos, sua cozinha é repleta de peculiaridades. Uma delas é a sopa de cabeça de galo, servida principalmente em Campina Grande.
Aliás ali perto, no distrito de Galante, acontece em agosto o Festival Gastronômico Regional. Ele mistura dos sabores da Paraíba com os de outras localidades nordestinas.
E não podemos esquecer que na Paraíba as comemorações de São João encontram o seu ápice, em especial na própria Campina Grande. Assim como os quitutes produzidos a partir do milho se proliferam: pamonhas, canjicas, mungunzás e outros.
Outros pratos muito abundantes e típicos do estado são a maxixada, o chouriço, o angu e o arroz doce, feito com leite de coco e o de vaca.
Assim como no Maranhão, o arroz tem destaque na culinária local, sobretudo no Vale do Piancó – o maior produtor de arroz vermelho do país.
Ali, um dos pratos mais celebrados é o rubacão, feito com, é claro, arroz vermelho, queijo coalho e charque.
Na região do Cariri paraibano, o bode é o item principal das refeições, consumido até mesmo no café da manhã em forma de cuscus.
No almoço, uma das pedidas é a costela de bode assada com macaxeira. E de sobremesa você pode pedir a bodioca, tapioca recheada com carne de bode.
Em maio a cidade de Cabaceiras promove a Festa do Bode Rei, com muitos pratos a partir da capriovinocultura.
Já a cidade de Areia recebe o Festival Nacional da Cachaça, da Rapadura e do Açúcar Mascavo – ou ‘Bregareia’ – que oferece visitas a engenhos da bebida.
[h2 type=”2″ width=””]Viagem Gastronômica no Rio Grande do Norte[/h2]
Assim como outros estados do Nordeste brasileiro, a cozinha do Rio Grande do Norte se divide entre os sabores da terra e os do sertão.
No litoral estão os pratos de peixes e frutos do mar e no interior estão o queijo de manteiga, coalhada, feijão de corda, galinha caipira, carne de sol, paçoca, entre outros.[clear]
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[h3 type=”2″]Artigos desta Série[/h3]
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Em São Gonçalo do Amarante está o Pólo Gastronômico de Pajuçara, a especialidade é o camarão em muitas versões, como o ao alho e óleo, filé de camarão regado ao caldo de coco e o mais pedido de todos: o pirão de camarão.
Em outubro acontece o Festival Gastronômico da Pipa, com muitas delícias da cozinha litorânea.
O Rio Grande do Norte publica a revista “Deguste”, especializada em gastronomia da Região Nordeste e, em particular, a potiguar.