Em matéria de sabores, a Região Centro-Oeste do Brasil é de fato bastante central. Faz fronteira com outros países sul-americanos e com todas as demais regiões do país, recebendo influências de toda parte. Saiba quais são as principais cidades para saborear o que há de mais típico no Centro-Oeste brasileiro.[clear]
Apesar de serem estados pouco populosos, essa diversidade de referências faz da culinária de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul bastante rica: além de abrigarem espécies particulares de frutos e peixes, encontraram formas próprias de reeditar receitas vindas de outros lugares.
[h2 type=”2″ width=””]Viaje pela Cozinha de Goiás[/h2]
Não se pode falar da cozinha de Goiás sem mencionar o empadão goiano, grande símbolo da mesa local e presente em todo o estado.
Outros pratos de grande importância são a pamonhada (muitas vezes feita por famílias inteiras juntas, ao invés de apenas por mulheres) e o peixe na telha.
Em Goiânia, a influência dos Tropeiros ainda é evidente, fazendo do tutu de feijão e a ambrosia pratos bastante consumidos.
No entanto são os ingredientes oriundos do Cerrado que conferem peculiaridades à cozinha goiana, como as variadas receitas a partir do pequi (sendo o arroz com pequi a mais célebre) e da guariroba.
O baru, no entanto, é a grande estrela da vez: sua castanha é muito usada em pães, bolos e biscoitos – especialmente na cidade de Pirenópolis, famosa por suas quitandas de doces.
Lá, inclusive, acontece todo mês de junho o Festival Gastronômico e Cultural, com muita guariroba e paçoca de pilão.
A cozinha brasiliense é uma grande reunião de paladares do Brasil, já que para lá migraram pessoas de todas as regiões do país.
Muitos cozinheiros, por exemplo, migraram para lá e criaram pratos como o javali à brasiliense, Até hoje a capital serve o cordeiro assado na brasa, preferido do ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Com a reunião de embaixadas de países diversos, é muito comum a naturalização de receitas – ou seja, preparos estrangeiros adaptados aos ingredientes do cerrado.
[h2 type=”2″ width=””]Roteiro Culinário no Mato Grosso[/h2]
Assim como na região amazônica, a gastronomia do estado do Mato Grosso se destaca pelos peixes típicos de sua água doce. Entre suas muitas formas de ser servido está o recheado com farofa – ou servido com farofa de couve, como é comum com o pacu.
Outros peixes de prestígio são o bagre, a piraputanga, o pintado, a cachara e o dourado.
Em Cuiabá, capital do estado, a moqueca cuiabana, feita principalmente a partir do pintado, é obrigatória.
Várzea Grande, cidade ribeirinha, é conhecida pelo caldo de piranha.
Aliás, as pequenas localidades que beiram o Rio Cuiabá e a baía do Pantanal são bastante criativas no preparo de seus peixes: há o cozimento em folhas de bananeira, caldeira de bagre e a ventrecha de pacu frito.
Esses pratos são encontrados com certeza nas cidades de apoio para quem visita o Pantanal, como é o caso de Cárceres, Poconé e Barão do Melgaço.
No restante do estado, o café da manhã típico fica por conta dos bolos de queijo e o de arroz.
Entre os doces destacam-se o furrundum (feito a partir de rapadura de cana e mamão), o doce de mangaba e o francisquito, biscoito feito de erva-doce, trigo, açúcar banha de porco e ovos.
Há, ainda, os licores de mangaba, de caju e de pequi.
[h2 type=”2″ width=””]Turismo Gastronômico no Mato Grosso do Sul[/h2]
O Mato Grosso do Sul guarda dois terços da área total do Pantanal, e seu cardápio típico reflete essa abundância. Além disso, recebe influências da Bolívia e do Paraguai, que são países fronteiriços.
Portanto, além do filé de pintado à urucum e de pratos feitos à partir das carnes de capivara e jacaré, a mesa sul-matogrossense oferece, por exemplo, a saltelha, pastel empanado com frango muito consumido na Bolívia.
Outra pedida de influência fronteiriça é a chipa, torta de queijo com milho verde original do Paraguai.
Esses quitutes são certamente encontrados na capital, Campo Grande. A farofa de banana-da-terra é um dos mais tradicionais de Corumbá.
Nas cidades de Miranda, Porto Murtinho e Aquidauana, a peixaria pantaneira é amplamente explorada, mas, assim como em outras localidades do Mato Grosso do Sul, coexistem com pratos de influência tropeira, já que o estado também faz fronteira com o Paraná e com São Paulo.
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Destacam-se o caribéu, que é um guisado de carne com mandioca, e o locro, que consiste num ensopado de feijão, milho e abóbora.
Entre as bebidas está o tereré, infusão de erva-mate em água gelada, consumida num chifre de boi, e o xibé, de origem indígena, que mistura água, farinha de mandioca e mel.
Por toda parte há a chipa, já mencionada. É semelhante ao pão-de-queijo mineiro, mas em forma de ferradura.