No dia 13 de maio de 1888 aconteceu a abolição da escravatura no Brasil, que é lembrada até hoje. No entanto para a população negra, que corresponde a 56% dos brasileiros (IBGE, 2020), ainda existem muitas outras barreiras a serem derrubadas. Saiba mais sobre a relevância do movimento negro para um mundo mais justo e igualitário.[clear]
[h2 type=”2″ width=””]Questões Levantadas pelo Movimento Negro[/h2]
As notícias não deixam dúvida: a população negra ainda luta pela abolição de várias questões relacionadas à sua própria raça. Diante disso, será que realmente dá para comemorar o 13 de maio? Ou é mais uma ocasião para reflexão?
Afinal são frequentes os episódios de violência contra os negros sem motivo aparente. Onde, inclusive, a fatalidade desses ataques já foi até naturalizada pela nossa sociedade.
Também há a falta de oportunidade educacional para a juventude negra, a falta de identificação de uma criança negra com brinquedos no padrão europeu, pessoas que são exterminadas por sua diversidade religiosa…
São diversas as desigualdades sociais que marcam os campos da educação, saúde e trabalho. A mulher negra, por exemplo, ainda é atravessada por muitos mitos desfavoráveis que uma mulher branca não experimenta.
Tudo isso justifica, e muito, a existência do movimento negro e o debate contínuo que ele traz.
[h2 type=”2″ width=””]Resgatando a Identidade Negra[/h2]
O fim da cultura original africana, provocada pela escravização, precisa agora ser reconstruída com novas práticas e políticas de igualdade. Elas devem pautar o combate ao racismo, onde as injustiças sociais sejam repensadas.
São tantos assuntos que podemos até falar sobre os movimentos negros, no plural. Eles instruem toda a sociedade sobre a necessidade de uma reforma sócio-intelectual.
Em outras palavras, esses movimentos desejam reconstruir os traços da ancestralidade e cultura perdidos há séculos, durante a captura dos africanos pelos europeus colonizadores.
Uma das formas de fazer isso é dissolvendo o uso de termos que reproduzem o racismo do nosso vocabulário. Além da ideia de que, porque o Brasil é um país tão miscigenado, seria também não racista.
Temas como o colorismo, beleza, apropriação cultural, representatividade estão sendo amplamente discutidos. O lugar de fala da população negra, suas pluralidades culturais e religiosas se fazem necessárias.
Isto está ocorrendo por meio de uma população que começou a cobrar representatividade nos lugares públicos. E em posições de maior importância.
Na TV já vemos atores negros não em papéis de trabalhadores domésticos, mas no protagonismo dos enredos das novelas. Campanhas publicitárias cada vez mais trazem uma nova narrativa que considera as pluralidades.
Todas essas mudanças são capazes de combater o racismo imposto a um povo que está sabendo reconstruir uma nova história, conhecedores de suas potências e valores.
[h2 type=”2″ width=””]Conquistas[/h2]
A valorização dessa cultura está finalmente dando voz à população mais expressiva em números, e opressões, da sociedade.
O movimento do feminismo negro também vem crescendo exponencialmente. Está norteando uma visão mais justa sobre a mulher negra, que hoje na sociedade é a que ocupa o primeiro lugar em pessoas solteiras.
Ao mesmo tempo que também ocupa o maior número de arrimos de famílias nas classes mais carentes.
O movimento negro, em todas as suas vertentes, está gerando uma reparação histórica fundamental. Está devolvendo a voz de um povo que foi raptado de suas terras e a quem foi negado a propria humanidade.
Taís Gomes
Psicóloga Clínica
CRP 05/56452
Instagram @taisgomespsicologa