Será que já está na hora de falar sobre feminismo para meninas e meninos? A resposta é muito mais simples do que parece. Basta que a educação infantil seja focada na autoestima e respeito de garotas e garotos – e o trabalho já estará bem encaminhado! Nos inspiramos no livro “Para Educar Crianças Feministas”, da celebrada autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e comentamos algumas práticas super do bem.[clear]
[h2 type=”2″ width=””]Feminismo para Meninas e Meninos: É Sobre Igualdade[/h2]
Na base de uma educação igualitária entre meninas e meninos mora uma ideia básica. A de que feminismo não é um palavrão. Não se trata de um movimento contra os homens, muito menos de pedir privilégios.
Ou seja, a palavra “machismo” e “feminismo” sequer se equivalem.
Machismo é aquilo que limita e machuca o sexo feminino. Enquanto o feminismo é um movimento onde se pede o reconhecimento das mulheres como tão importantes e dignas de respeito quanto um homem normalmente tem.
A ideia é a de que homens e mulheres devem ser tratados com o mesmo respeito e oportunidades. O que ainda não acontece de fato no mundo.
Exemplo disso é que elas ainda ganham menos do que homens que desempenham a mesma função. Ou que se espera que elas sejam as principais responsáveis pelas atividades domésticas ou de criar filhos. Ou que elas se comportem de forma mais tímida e recatada.
Traduzindo para o universo infantil, que “se comportem como meninas”.
O feminismo para meninas e meninos afirma que ambos os gêneros são livres para explorar o mundo independente do sexo. E ainda assim serem respeitados.
[h2 type=”2″ width=””]Feminismo para Meninos: Eles Só Tem a Ganhar[/h2]
Muitas mães de meninos sentem que o feminismo vai afetar negativamente seus filhos. Mas na verdade eles também saem muito beneficiados.
Afinal o machismo dói não apenas nas mulheres. Os homens também sofrem com ele. É a chamada masculinidade tóxica.
A masculinidade tóxica exige desde cedo que garotos suspendam as emoções a qualquer custo. Que são sempre imaturos demais para cumprir tarefas que as meninas acabam cumprindo. Ou que esse ou aquele interesse é proibido, pois são coisas “de menina”.
Conforme crescem, meninos se convencem de que precisam ser o mais valente, viril, vencedor. Mais tarde, ser o grande provedor da família e o chefe da empresa.
Esses “deveres” esmagam sentimentos que são naturais a qualquer ser humano. Como se emocionar, sentir medo, falhar.
O resultado são meninos tristes e assustados que se tornam homens violentos. Pois entendem que precisam ser temidos para serem apreciados. Isso alimenta a cultura machista toda de novo.
Então vale a pena celebrar o feminismo, mesmo se o seu filho for menino! Ao empoderar as meninas a serem mais independentes e respeitadas, abre-se espaço para que os meninos sejam mais… humanos.
[h2 type=”2″ width=””]Feminismo para Meninas e Meninos na Prática[/h2]
O feminismo não vai proibir sua filha de brincar de casinha! Nem seu filho de jogar futebol. Ele vai apenas sugerir que jogos e brincadeiras, quaisquer que sejam, podem ser aproveitados pelos dois. Sem julgamentos.
O feminismo não é sobre regras. Ao contrário: é sobre liberdade para ambos os sexos. É deixar que meninas e meninos explorem, indiscriminadamente, mundos que tradicionalmente foram determinados “para elas” ou “para eles”.
E isso não precisa ser ensinado. Basta deixar a criança livre para se expressar, sem impedi-la por ser garota ou garoto.
Na criação de filhos o feminismo acontece quando irmão e irmã são igualmente responsáveis pelos afazeres domésticos. Homens não “ajudam”. Homens dividem.
Acontece quando a adolescente não se sujeita a padrões estéticos. Meninas não devem beleza ao mundo. Meninas são bonitas de diversas cores e tamanhos. Elas nunca valem quanto pesam.
Acontece quando o adolescente não é forçado a começar sua vida sexual num momento em que não é o dele. Quando reconhecem o valor das garotas para além de suas aparências.
Acontece quando a jovem entende que casamento e filhos é uma escolha pessoal. E que ela terá o mesmo valor de uma esposa ou mãe, sempre.
Ela se sentirá segura para escolher a carreira que quiser. Ou não escolher carreira alguma, caso queira se dedicar somente à vida de mãe.
Afinal sabemos que, embora não remunerado, ser mãe é, sim, um trabalho de extrema importância prática e subjetiva.
Assim como é o do pai. Os homens estão cada vez mais interessados em se empoderar também na paternidade, dividindo os holofotes com a mãe na criação dos filhos. O que é chave para a emancipação feminina.
Feminismo é essa linda conta de chegar. E é para todo mundo!