Nome botânico: Salix x rubens Shrank
Nome popular: vimeiro
Família: Salicaceae
Origem: regiões subtropicais do Hemisfério Norte, China
Descrição do Vimeiro
Árvore ou arbusto de altura entre 10 e 25,o m quando em desenvolvimento livre.
É um híbrido do salgueiro branco (Salix alba) com salgueiro quebradiço (Salix fragilis).
Seu tronco é curto e a copa arredondada, possuindo muitos ramos.
É uma planta dióica, isto é, tem flores femininas e masculinas na mesma planta, sendo polinizado por abelhas e vespas.
Suas sementes não tem grande capacidade de germinação.
Foi trazido ao país na metade do séc. XIX por imigrantes italianos que necessitavam de ramos para conduzir parreirais, para cestaria e proteção dos garrafões de vinho.
É cultivado em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e no Planalto Sul de Santa Catarina, sendo este responsável por cerca de 80% da produção nacional.
É do vimeiro que se extrai o vime utilizado para fazer móveis e objetos, como cestas.
Como Cultivar o Vimeiro (Salix x Rubens)
O vimeiro necessita de muito sol e solos úmidos, sendo característica de sua produção as margens de cursos d’água, várzeas e dunas de areia úmidas.
Estas áreas fazem parte de APPs, isto é, Áreas de preservação permanente, protegidas pelo Código florestal Brasileiro.
As famílias de pequenas propriedades rurais junto a cursos d’ água têm na extração dos ramos de vimeiro uma sobrevivência econômica, cuidando das mudas de uma forma sustentável.
O vimeiro tem rápido crescimento e grande capacidade de extração de nutrientes, pois os lugares onde habita muitas vezes são pobres, como dunas e pântanos.
Plantio do Vime em Lavoura Comercial
O plantio do vimeiro em lavoura comercial também pode ser feito. As matrizes iniciais fornecem as estacas para iniciar a produção, uma muda adulta poderá fornecer cerca de 200 estacas.
Plantar em caixotes altos com composto orgânico misturado com vermiculita, mantendo o substrato sempre úmido.
Após o enraizamento das estacas são transplantadas para sacos de cultivo com o mesmo tipo de substrato e posteriormente levadas para as áreas de produção, com espaçamentos de 0,80 a 1,0 m entre mudas, quando se necessita de matéria prima para cestarias.
O enraizamento natural também ocorre, principalmente em áreas úmidas, os ramos que fiam junto ao solo enraízam facilmente, pois as gemas ao longo dos ramos têm a capacidade de emissão de raízes.
A colheita dos ramos é feita durante seu período de dormência, entre maio e agosto.
O período de dormência tem vários fatores ambientais que influenciam, como foto período, temperaturas mais baixas e também condições hídricas e nutricionais.
Na primavera o vimeiro inicia seu crescimento, com a floração ocorrendo com a muda ainda sem folhas. Após o verão as gemas começam a entrar em dormência e no inverno a planta perde suas folhas.
A poda do ramo é feita junto ao tronco principal. Pode parecer rigorosa, mas estimula a produção de mais ramos finos e flexíveis, desejáveis para artesanatos.
Pragas e Doenças do Vimeiro
O maior problema de insetos são as formigas, seguidas de besouros, brocas do ponteiro e lagartas que consomem as folhas.
A forma de combater estas pragas deverá ter orientação de profissional, pois em áreas de cursos d’ água são proibidos os agrotóxicos usados em lavouras convencionais.
A luz intensa e os nutrientes recomendados pela análise de solos propiciam maiores teores de tanino nas folhas e ramos, uma defesa da planta contra seus predadores.
Não somente o tanino serve de defesa, mas também outros elementos químicos desenvolvidos, chamados de metabólitos, podem propiciar a atração de polinizadores ou impedir o desenvolvimento de outras plantas junto do vimeiro, fator este conhecido como alelopatia.
Um destes elementos, a salicilina extraído da casca do vimeiro é considerado medicinal.
Usos do Vimeiro
Para a indústria da celulose, o vime é matéria prima para os mais diversos tipos de cestarias, móveis, arranjos florais, palitos de fósforo e de dentes e artesanatos diversos.
Na bioengenharia tem sido usado o vimeiro para proteção de taludes e fitorremediação de áreas degradadas (filtragem das águas) por metais pesados.