Como transformar um terreno baldio num jardim público? Conheça a iniciativa de uma moradora da cidade de São Pedro da Aldeia (RJ) que criou um movimento para plantar árvores e arbustos por meio de adoção.[clear]
[h2 type=”2″ width=””]A Iniciativa para o Jardim Público[/h2]
“Não sou ONG. Não tenho pretensões politicas. Só acredito que juntos podemos muito”, disse Rosilany Boechat, a Rose, criadora do Jardim Rosa (São Pedro da Aldeia, RJ). O projeto transformou um terreno baldio, de descarte indevido de lixo, em área de plantio de árvores por adoção.
A iniciativa foi totalmente pessoal: “Tinha revolta em ver a prefeitura limpar a área e a população sujar. Resolvi fazer uma coisa doida e desafiadora: plantar um jardim no lixão”.
Rose falava sério. Procurou a prefeitura da cidade e pediu permissão para limpar o lugar por conta própria. Concedida a autorização, ela contratou uma retroescavadeira para prepara o terreno.
Enquanto isso começou a estudar as espécies de plantas que se dariam bem naquele local. Inclusive considerando que teria que regar as verdinhas por conta própria, já que não havia saída de água por perto.
O projeto teve início em outubro de 2019. Rose conta que cavou muito buraco e comprou muitas mudas. Pagava a mão-de-obra de ajudantes. De repente começou a ficar caro arcar com todos os custos sozinha.
[h2 type=”2″ width=””]Determinação Foi Fundamental para o Jardim Rosa[/h2]
Ao contrário do que acreditava, a solidariedade dos moradores da região não veio com tanta facilidade. Então decidiu pedir a alguns vizinhos colaborações para pagar diárias dos ajudantes.
“Mesmo assim, cansada, eu não desistia. Descansava e continuava, pois sabia que uma hora sensibilizaria as pessoas. Continuei lutando. É importante mostrar a todos que temos o dever de melhorar nossos entornos para as futuras gerações.”
Ela acabou batizando o projeto de Jardim Rosa – uma homenagem a sua mãe, Rosa Boechat que, diz Rose, era uma mulher forte e determinada.
[h2 type=”2″ width=””]Adoção: O Pulo do Gato[/h2]
Para viabilizar a continuidade do projeto iniciado, Rose teve uma ideia: a adoção, por terceiros, das mudas a serem plantadas. E deu certo.
As plantas são adquiridas por ela própria e anunciadas nas redes sociais. Os interessados (muitos são internautas) as escolhem e pagam um valor único que inclui o substrato para plantio, coroamento e tutor da muda e toda mão-de-obra envolvida.
E, sim, uma plaquinha de metal com o nome da espécie da planta – e 0 de quem a adotou.
O modelo aqueceu corações Brasil afora. Hoje são cerca de 35 mudas adotadas por pessoas de diversas cidades do estado do Rio de Janeiro. Além de Salvador (BA) e Brasília (DF).
No total são 15 espécies ornamentais e 40 de árvores frutíferas.
O Jardim Rosa conta com bromélias, cactos , yuccas, agaves, bougainvilles, jasmim manga, ipê rosa, ipê branco, acácia imperial, palmeiras, entre outras.
Entre as árvores estão mangueiras, cajazeiros, jambeiros, ameixeiras, goiabeiras, limoeiros, jaqueiras, pitangueiras, amoreiras, pés de seriguela, de lichia e outras.
A área já ocupada é de 7.500 mestros quadrados. Mas o total é de 12.000 metros quadrados.
[h2 type=”2″ width=””]Jardim Público: Desafios e Conquistas[/h2]
O Jardim Rosa foi longe, mas ainda é apenas um começo. Como vimos, há mais área útil para ocupar com a adoção e o plantio de mudas.
Entre as conquistas Rose comemora a revitalização da área. Ela hoje possui iluminação noturna, câmeras de vigilância 24 horas, instalação de bancos, área para jardinagem e pista para caminhada.
A população local ficou mais satisfeita com o entorno florido. Mesmo assim, ainda espera-se que mais voluntários apareçam para plantar as espécies.
Entre os objetivos do projeto constam, justamente, a conscientização sobre a preservação do espaço público limpo e bem cuidado. Que é um local onde todos podem desfrutar. Uma área de convivência de qualidade.
A partir do jardim pode-se desenvolver áreas de prática de esportes e atividades socioeducativas.
Rose também espera contar com o apoio de empresas ou entidades locais para doação de equipamentos, dinheiro ou insumos para a manutenção do jardim.
E trabalha para manter o interesse da prefeitura para que a infra estrutura criada mantenha-se em pé.
Entre histórias sobre seu amor pelas plantas – seus avós eram agricultores – Rose cita o incrível paisagista brasileiro Burle Max: “Um jardim é uma coisa feita pelo homem para o homem”.