Sim, nós temos abóbora! E vamos mostrar os principais tipos para você. A variedade permite criar diversas receitas super saborosas – sem contar que é altamente nutritiva e baixo em calorias. Vem com a gente e aprenda, também, a plantar abóboras tanto na sua horta quanto em vasos grandes.
Informações técnicas da abóbora
- Nome científico: Curcubita Spp.
- Nomes populares: jerimum
- Família: Cucurbitaceae
- Origem: América do Sul
Outras informações
A abóbora é o fruto da aboboreira. É nativa da América do Sul mas pode ser encontrada em quase todos os lugares do planeta, com algumas variações desenvolvidas localmente.
Embora ela seja considerada um legume, para a Botânica a abóbora é uma fruta – assim como o tomate, o chuchu, o pimentão e o pepino. Tem um teor nutricional é rico, reunindo vitamina A, C, E, B1, B3, B5 e B6, fibras, potássio, magnésio, cálcio e ferro.
É a queridinha das dietas de perda de peso: além de satisfazer o apetite, cada porção possui poucas calorias.
Principais tipos de abóbora
Abóbora paulista (Cucurbita moschata)
A abóbora paulista é nativa brasileira e começou a ser difundida em outros países pelos portugueses desde o século XVI. Possui altos níveis de ferro e é muito fácil de descascar.
Na verdade todas as suas partes, da polpa à casca, são comestíveis, fazendo a alegria dos cozinheiros de plantão. Pense em sopas, saladas, grelhas de churrasco, pães, bolos e doces.
Abóbora seca ou pescoço (Cucurbita moschata)
Variação da Curcubina moschata, é uma espécie nativa brasileira bastante grande: pode chegar a até 15 kgs. Sua polpa é alaranjada e a casca é verde escura com listras também alaranjadas, ou brancas.
A abóbora seca é, na verdade, úmida, como qualquer outro tipo de abóbora. Possui muitas fribras e é a mais indicada para preparar doces, pães e bolos.
Abóbora manteiga (Cucurbita moschata “Butternut”)
Por fora a abóbora manteiga possui uma sem gomos, alaranjada ou amarela escura. O sabor da polpa é doce e lembra a das nozes – sem contar que é cremosa, macia. Possui muita fibra e é especialmente rica em vitamina A, C potássio e magnésio.
Se encaixa direitinho em qualquer receita de doces e tortas salgadas. Crua, vai bem em saladas. E também faz sucesso nas versões assada e grelhada.
Abóbora moranga (Cucurbita maxima Duch.)
Provavelmente a mais popular. Se pedirem para você desenhar uma abóbora possivelmente a moranga é quem vai aparecer no papel, com sua cor-de-abóbora tinindo e os gomos todos presentes.
É consumida há mais de 10 mil anos nas Américas. Suas sementes são vendidas em mercados e são bastante nutritivas.
Outra maravilha da abóbora moranga é que ela é fácil de digerir e uma das mais baixas em calorias. Logo, se você fizer uma receita mais elaborada, como camarão na moranga, não é ela que vai pesar na sua balança!
Ela também é muito usada em purês, mingaus, sopas, outros salgados e vários doces.
Abóbora bolota (Cucurbita pepo)
Leva 85 dias para a germinação das sementes, tempo considerado ligeiro. É preferível que seja colhida no inverno, quando seu sabor está mais acentuado. Lembra avelã com canela e mel.
É perfeita para grelhar, fritar e fazer sopas e outras receitas salgadas – além de doces. Suas folhas são comenstíveis. Algumas variantes da bolota podem apresentar coloração dourada.
Abóbora chila (Cucurbita ficifolia)
Parece uma melancia mas é uma abóbora! A chila é de fato quimicamente bem diferente das outras abóboras, além de crescer em forma de trepadeira.
Cresce saudável em locais de grande altitude e são populares no Peru, sul da Argentina e México. Possui muita proteína e carboidratos.
Abóbora japonesa ou cabotia (Cucurbita maxima)
Como o nome diz, a abóbora japonesa é originária do Japão e também responde por cabotia. É um cruzamento da abóbora comum com a moranga. Tem casca mais espessa, que é comestível quando assada. Também possui menor teor de água.
Gosta de ser cultivada em lugares quentes. Betacaroteno é com ela, assimilado pelo organismo humano como vitamina A. É boa para combater o envelhecimento acelerado e fortalece músculos, ossos e dentes.
Abóbora Hokkaido (Cucurbita maxima Duchesne ssp. maxima convar. maxima “Red Kuri”)
Eis uma abóbora bem doce! Sem contar com a textura macia depois de cozida. É com ela que se faz risotos, nhoques e doces.
Assim como a cabotia ela também foi desenvolvida no Japão e possui a mesma casca dura. Precisa de calor, crescendo perfeitamente a sol pleno e chuva escassa.
Abóbora turbante turca (Curcubita maxima “Turban”)
Pensa num visual exótico! Parece uma abóbora saindo de dentro de outra. Pesa cerca de 2 quilos e é servida assada ou como doce. Também fica incrível recheada.
Curiosamente a abóbora turbante turca também é conhecida como chapéu mexicano. Muitas pessoas a usa como ornamento por alguns meses.
Abóbora Halloween (Cucurbita pepo “Autumn Gold”)
É a variante que é esculpida no Halloween, sendo muito cultivada nos Estados Unidos. Aliás é nativa do estado de Connecticut. Afinal possui uma polpa bem macia e fácil de cortar.
Trata-se de um dos tipos mais antigos que se sabe. É grandona: pode pesar de 7kgs a 12 kg.
Abóbora gigante (Curcubita maxima)
Ela pode até parecer com uma abóbora moranga ou musquée de provence. Mas a abóbora gigante mal serve para consumo. Na verdade ela foi introduzida na agricultura americana e canadense no século XIX para competir pela maior abóbora entre agricultores.
Também faz a alegria de exposições e até mesmo ornamentação. Mas também é usada para fazer cuias, ganhando o apelido de abóbora cuieira.
Acredita-se que ela servia de alimento para animais da megafauna, como mamutes. O recorde atual desse tipo é de 767,7 kg.
Abóbora Espaguete (Cucurbita pepo)
Nativa da e introduzida nos Estados ao longo do século passado. É amarela, lisa, achatada. Sua polpa, quando cozida, é muito particular: se assemelha a uma massa italiana – daí o nome “espaguete”. Contudo crua pode ser bem dura.
Uma das formas de amolecer o interior é assando ou mesmo colocando no forno de microondas. Suas sementes também podem ser consumidas. É de fácil cultivo.
É plena em ácido fólico, vitamina A, potássio, e betacarotenos.
Abóbora Musquee de Provence (Cucubita moschata)
Este tipo é originária da região provençal, na França. E também pode ser vista no desenho animado da Cinderella, na hora em que a Fada Madrinha a transforma em carruagem! Sim, atribui-se a essa espécie o papel no conto de fadas.
A mosquée é essencialmente usada para confeitaria, arte culinária de enorme destaque na França. Afinal é bem doce, macia e cremosa. Seu paladar fica ainda melhor quando consumida no inverno.
Seu grande diferencial é que é rica em ômega 3.
Como cultivar abóboras
O cultivo das diferentes variedades de abóbora é praticamente o mesmo. Portanto basta escolher a sua preferida e mãos à obra.
Semeando a abóbora: mudas ou sementes?
O mais indicado é por sementes. Escolha fornecedores confiáveis. As sementes ideais são grandes, parecem sadias, sem marcas ou manchas. Deixe-as tomar sol por 5 dias seguidos: aí sim, etarão prontas para ir ao solo.
Semeie duas ou três unidades em cada cova, que por sua vez deve ter de 1cm a 3cm de profundidade. Elas germinarão em poucas semanas.
Mas se você preferir cultivar por mudas saiba que elas devem ser transferidas para a horta ou para um vaso maior assim que surgirem duas folhas ou mais.
Como plantar em hortas grandes
Para plantar abóbora quanto mais espaço, melhor – sobretudo se a espécie for maior. O mundo perfeito é dividir a horta em galerias de 50cm de comprimento, 30cm de largura e 25cm de profundidade.
Quando são plantadas muito próximas podem acabar crescendo de menos, pois vão disputar nutrientes do solo.
Abóbora: cultivo em hortas menores
O ideal é escolher espécies de médio a pequeno porte. Mas se não é o que você planejava, erga suportes com grades. Assim a planta cresce subindo por eles, como uma trepadeira.
Desta forma ela tem fronteiras limitadas e não entra em disputa por nutrientes do solo com outra abóbora.
Plantio da abóbora em vasos
Acredite: é possível, sim, cultivar abóboras em vasos. Eles precisam ter capacidade mínima de 15 litros e vários furos no fundo.
Forre-o com 3cm de argila expandida ou pedriscos. Depois deposite mais 3cm de areia de construção (jamais a da praia!). Por último complete com terra vegetal (50%), mais areia (40%) e um pouco de fertilizante misturado (10%).
Coloque duas sementes no vaso, uma do lado da outra. Isso facilitará a reprodução cruzada e mais chances de maior número de abóboras.
Se o vaso que você usar for menor do que os 15 litros recomendados, deixe que primeiro cresça uma muda, o que pode levar de 30 a 45 dias. Depois transplante-a para um vaso bem maior.
Condições ideias para o cultivo da abóbora
Temperatura e luminosidade
Nã é à toa que a abóbora se originou na América do Sul: elas gostam de calor e umidade. Para germinar a temperatura ideal é entre 25 ºC a 30 ºC. E para seu crescimento entre os 18 ºC a 30 ºC.
O período mais indicado para o plantio é entre setembro a fevereiro – exatamente na primavera e no verão. Ela vai pedir sol pleno o dia todo. Ele é que vai estimular o surgimento de todos os nutrientes das abóboras, sem contar que a germinação e crescimento ocorrerão com mais força e a polpa do vegetal ficará mais denso e suculento.
Solo e adubo
O solo deve apresentar pH entre 5,5 e 6,8. Use matéria orgânica que contenha chorume ou húmus de minhoca. Cuidado com o excesso de adubos: o ideal é uma cobertura de NPK 20-00-20 feita 3 semanas após a germinação; e depois de 3 semanas a segunda.
A drenagem deve ser muito boa: um solo encharcado apodrece as raízes da abóbora. O mais indicado é usar casca de pinus, carvão vegetal e brita.
Rega
Épocas mais secas pedem irrigação extra.
No início da germinação regue com mais frequência mas com menos quantidade de água. Depois mantenha a frequência mas aumente o volume de líquido. Principalmente quando os frutos estiverem amadurecendo.
Em solos mais arenosos regue mais vezes com menos água; solos mais argilosos regue menos vezes mas com mais água.
Como fazer a colheita da abóbora
Em geral você poderá se preparar para a colheita da abóbora depois de 3 a 5 meses após o plantio. Isso pode variar de espécie para espécie. Por exemplo: recomenda-se colher a abóbora japonesa após 100 dias do cultivo; já a moranga pede 120 dias.